Uma carta redigida por Bin Laden e intitulada ‘Carta à América’, em que o líder da Al-Qaeda explicava, em 2022, o que o levou a orquestrar os atentados terroristas de 11 de Setembro, está a tornar-se viral na rede social Tik Tok, com muitos jovens norte-americanos a concordarem com alguns pontos que o terrorista indicava sobre o seu país.
Os vídeos sobre o tema chegam a ter milhões de visualizações e muitos utilizadores dizem que “toda a gente devia ler a carta”. Há quem refira ter ficado “confuso”, ou com uma “crise existencial” após ler a missiva, por considerar que “afinal ele [Bin Laden] tinha razão” em algumas das questões apontadas.
“Na verdade, é tão alucinante para mim que o terrorismo tenha sido vendido como uma ideia ao povo americano… que este grupo de pessoas, este grupo aleatório de pessoas, de repente acorde um dia e simplesmente te odeie… isso não faz sentido”, indica um utilizador.
Na carta em questão, Bin Laden acusa os EUA de serem responsáveis pela opressão do povo palestiniano, devido ao seu apoio a Israel. A carta foi publicada em 2022 pelo The Guardian, mas acabou removida esta quarta-feira, com uma referência à publicação original feita pelo Observer. “A transcrição publicada no nosso site em 2002 foi amplamente compartilhada nas redes sociais sem o contexto completo. Portanto, decidimos retirá-la e direcionar os leitores para o artigo de notícias que originalmente a contextualizava”, indica o jornal inglês, num esclarecimento enviado à Newsweek.
“A criação e continuação de Israel é um dos maiores crimes, e vocês são os líderes dos seus criminosos. Cada pessoa cujas mãos ficaram poluídas na contribuição para este crime deve pagar o seu preço, e pagar caro por isso”, indicava Bin Laden na carta em questão, indicando que deviam ser “vingados” os palestinianos, bem como o povo afegão. Este suposto papel de opressão de palestinianos e muçulmanos é, na ótica do terrorista, a justificação para a morte de civis norte-americanos.
“O povo americano é quem paga os impostos que financiam os aviões que nos bombardeiam no Afeganistão, os tanques que atacam e destroem as nossas casas na Palestina, os exércitos que ocupam as nossas terras no Golfo Pérsico e as frotas que garantem o bloqueio do Iraque”, continua a missiva, numa das passagens a que os jovens norte-americanos mais destaque têm dado.
“É por isso que o povo americano não pode ser inocente de todos os crimes cometidos pelos americanos e pelos judeus contra nós”, indica ainda a carta de Bin Laden.