Filipe Silva admite que os resultados “encorajadores” podem levar à exploração de mais poços de petróleo na Namíbia e revela que saberá mais sobre a comercialização deste produto bruto já no próximo mês.
AGalp considera que os resultados do projeto de exploração de petróleo na Namíbia são “encorajadores“, apesar de a operação estar ainda numa fase inicial. De acordo com CEO da petrolífera, face aos volumes encontrados, as expectativas da empresa portuguesa é de fazer mais perfurações naquela região, no futuro.
“Temos boas perspetivas face aos volumes [de petróleo] nas reservas que vamos perfurar. Tivemos resultados muito encorajadores, mas ainda só perfuramos um poço. É altamente possível que venhamos a perfurar mais poços dentro do bloco, tendo em conta o que vimos até agora“, afirmou o Filipe Silva, esta segunda-feira, durante uma chamada com analistas.
Depois de ter anunciado no início do ano que foram detetados “sinais preliminares” de hidrocarbonetos no poço da Namíbia, a Galp revelou no final de janeiro que as perfurações no Mopane-1X foram bem-sucedidas, tendo descoberto “uma coluna significativa de petróleo leve em areias portadoras de reservatórios de elevada qualidade“. A Galp espera vir a dar início à perfuração do segundo poço, o Mopane-2X, em breve.
Embora não revele muitos detalhes sobre os dados da operação, Filipe Silva assegurou aos analistas que esta continuará a progredir de forma positiva por considerar que o projeto na Namíbia é um dos elementos “chave” para o crescimento da petrolífera em 2024. Ainda assim, adiantou que a companhiaprevê saber mais sobre a comercialização do petróleo encontrado na Namíbia já no próximo mês.
“Não vamos apressar nenhuma decisão. A campanha [de exploração] está a decorrer e (…) o poço tem uma dimensão considerável”, disse. “Até finais de março saberemos mais sobre a comercialidade das descobertas“, acrescentou.
O projeto de upstream da Galp na Namíbia consiste numa participação de 80% numa licença de exploração naquela região e abrange uma área de quase 10 mil quilómetros quadrados na bacia de Orange, situada na parte sul das águas da Namíbia, junto à fronteira com a África do Sul.
Além da Namíbia, a Galp revela que a operação no Brasil (Bacalhau) continua a dar resultados “impressionantes”, tendo contribuído para uma melhoria nos resultados do upstream da petrolífera, em 2023, e as perspetivas para os próximos anos.
“As reservas do Brasil continuam a surpreender. A cada dia que passa, ficamos mais confiantes”, revelou Filipe Silva.
A expectativa da petrolífera é de que a produção no Brasil contribua para um acréscimo de 40 mil barris por dia aos stocks da Galp, em 2026. Até lá, a produção global de petróleo da Galp deverá manter-se estável nos 115 mil barris por dia.
A chamada com os analistas acontece num dia em que a petrolífera divulgou, pelo terceiro ano consecutivo, lucros recorde: em 2023, a Galp acumulou um resultado líquido de 1.002 milhões de euros, mais 14% do que no ano anterior.A administração da petrolífera vai propor à assembleia geral de acionistas aumentar o dividendo em 2024 para 54 cêntimos por ação.