Blinken terminou hoje o périplo africano com uma visita a Angola, onde se encontrou com o Presidente angolano, João Lourenço, e o homólogo, Téte António, e recebeu um convite para o Presidente norte-americano, Joe Biden, visitar Luanda.
Entre os temas da “conversa produtiva” que manteve com João Lourenço estiveram questões que interessam aos dois países, entre as quais prosperidade, alterações climáticas e segurança alimentar, bem como o projeto do corredor do Lobito (ligação ferroviária que atravessa Angola até à República Democrática do Congo), e que conta com financiamento norte-americano, considerando que tem um potencial transformativo.
Blinken classificou Angola como “um parceiro confiável”, com quem foram também discutidas soluções para a paz no continente e investimentos em áreas como a saúde e as energias renováveis.
Num momento de perguntas e respostas com quatro jornalistas, da imprensa angolana e da imprensa norte-americana, Blinken sublinhou que os investimentos estão a criar mais oportunidades e empregos e podem tornar Angola num ‘hub’ para transportes e comunicações.
E elogiou igualmente os esforços de João Lourenço para criar melhor ambiente para os negócios, incluindo a luta anticorrupção.
“Tivemos uma boa conversa sobre o que está a ser feito a nível de reformas”, adiantou, referindo que, além das iniciativas para combater a corrupção, foi discutido o tema das eleições locais e alargamento do espaço dado aos ‘media’, questões levantadas numa carta que lhe foi endereçada pelos líderes da oposição.
Para o ministro angolano das Relações Exteriores, Téte Antonio, esta é “uma fase crucial de implementação dos instrumentos assinados”, dos quais 15 estabelecem mecanismos de cooperação, estando a ser desenvolvidos diálogos setoriais para impulsionar outras áreas.
O chefe da diplomacia angolana apontou o corredor do Lobito como a bandeira atual da ação conjunta, para o qual se deve ter “a maior ambição possível” pelo efeito multiplicador como empreendimento, bases logísticas que estão a ser criadas, impacto na população e perspetivas de serem ligados no futuro o Oceano Índico e o Oceano Atlântico.
Téte António disse ainda que o papel dos diplomatas é abrir o caminho para que “o resto da sociedade possa seguir”, referindo-se à entrada de mais empresas norte-americanas em Angola.