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G20 terá “pela primeira vez na história” reunião ministerial aberta na sede da ONU

Sob o lema “Construir um Mundo Justo e um Planeta Sustentável”, o Brasil definiu três prioridades gerais para a liderança do G20: inclusão social e combate à fome e à pobreza; transições energéticas e promoção do desenvolvimento sustentável nas suas dimensões económica, social e ambiental; e reforma das instituições de governação global.

O G20 terá, “pela primeira vez na história”, uma reunião ministerial na sede das Nações Unidas, com a participação aberta a todos os 193 Estados-membros da organização, confirmou na terça-feira o Brasil.

Numa conferência de imprensa em Nova Iorque, acompanhada pela Lusa, o embaixador brasileiro Mauricio Lyrio, responsável da chancelaria do G20, referiu que a reunião acontecerá em 26 de setembro, à margem da semana de alto nível da Assembleia-Geral da ONU.

O diplomata advogou que será uma “oportunidade sem precedentes” para o G20 unir forças com todos os membros da ONU em prol de um “apelo à ação” para a reforma das instituições de governação global, com as Nações Unidas no seu centro.

“O G20 deve ser um instrumento para fazer avançar a reforma da ONU. Então, nada mais simbólico, mais gráfico do que fazer, pela primeira vez na história da ONU, uma reunião do G20 na sede da organização. Uma reunião de nível ministerial. Vai ser uma reunião de ministros das relações Exteriores, presidido pelo ministro brasileiro, Mauro Vieira, e, pela primeira vez, com a participação de todos os países membros da ONU”, disse Mauricio Lyrio.

O Brasil detém atualmente a presidência rotativa do grupo das 20 maiores economias do mundo.

“A grande maioria dos membros da ONU nunca esteve dentro de uma sala de reunião do G20, muito menos ministerial. Então, é também uma oportunidade para que a presidência brasileira do G20 demonstre todo o seu empenho para que a ONU seja recolocada no centro das discussões sobre governança global”, acrescentou.

O embaixador brasileiro indicou ainda que o secretário-geral da ONU, António Guterres, “recebeu muito bem” a ideia desta reunião, uma vez que visa “justamente focar atenções nas Nações Unidas”.

Na terça-feira, Lyrio fez uma apresentação à Assembleia-Geral da ONU sobre as prioridades da presidência brasileira do G20, tendo explicado que colocou o problema da desigualdade, em todas as suas dimensões, tanto entre as pessoas como entre os países, no centro da agenda.

Lyrio reconheceu que o G20 não é tão inclusivo e representativo como outras organizações internacionais estabelecidas e universais, como as Nações Unidas, defendendo assim que a “ONU está e deve estar sempre no centro da governação global”.

Sob o lema “Construir um Mundo Justo e um Planeta Sustentável”, o Brasil definiu três prioridades gerais para a liderança do G20: inclusão social e combate à fome e à pobreza; transições energéticas e promoção do desenvolvimento sustentável nas suas dimensões económica, social e ambiental; e reforma das instituições de governação global.

Questionado por uma jornalista de uma agência de notícias russa sobre se o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, alvo de uma ordem de detenção internacional, será convidado para a cimeira do G20 que se realizará em novembro no Rio de Janeiro, Mauricio Lyrio afirmou que “todos os líderes já foram convidados”, mas salientou que caberá a cada Presidente avaliar a sua agenda.

Em março de 2023, um ano após a invasão russa da Ucrânia, o Tribunal Penal Internacional emitiu um mandado de detenção contra Vladimir Putin por crimes de guerra relacionados com a deportação forçada de crianças ucranianas.

O mandado fez com que o Presidente russo não participasse, por exemplo, presencialmente na reunião do bloco BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) que se realizou na cidade sul-africana de Joanesburgo, em agosto.