A presença de Blinken em Angola surge depois de o país africano ter deixado de fazer parte da OPEP. Os analistas afirmam que a desistência de Angola tem a ver com pressões dos Estados Unidos nesse sentido – numa estratégia para tentar diminuir o poder da organização sobre o mercado em que atua.
Os Estados Unidos têm afirmado que a política da OPEP de manter os preços do crude a níveis desnecessariamente altos é um entrave ao desenvolvimento das economias no quadro das duas guerras em curso, do aumento da inflação e dos picos em alta das taxas de juro. Os Estados Unidos têm-se esforçado por manter o preço do crude abaixo dos 90 dólares por barril e têm tentado agregar à ‘causa’ outros produtores.
Para os analistas a outra prioridade do chefe da diplomacia norte-americana é uma aposta reforçada na capacidade produtiva de Angola, com mais investimento norte-americano, principalmente para assegurar a segurança alimentar. “Nos últimos anos, assistimos quase a uma tempestade perfeita entre Covid-19, alterações climáticas e conflitos como a agressão russa, com forte impacto na segurança alimentar”, afirmou Antony Blinken na visita ao Centro de Ciência de Luanda, citado pela imprensa.
De fora não pode ficar também a vontade norte-americana de contrabalançar – em Angola como noutras geografias – o peso crescente que a China ou a Rússia no continente africano em geral e em Angola em particular.
O secretário de Estado norte-americano visitou as instalações da operadora de telemóveis Africell, em Luanda. O CEO da Africell, Jorge Vazquez, em declarações aos jornalistas, sublinhou que esta visita “acentua a relação que temos e que está a crescer com o governo de Angola, assim como o investimento crescente com outras companhias americanas e como estão a trabalhar em conjunto para trazer muitas oportunidades para Angola”.
O administrador acrescentou ainda que a empresa, que está no mercado há dois anos, tem como objetivo a cobertura por via da qualidade e da expansão gradual pelo território nacional de província a província.
Com a Lusa