O cenário político em Portugal continua a ser marcado por incertezas e reviravoltas. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciou nesta quinta-feira, 12 de março de 2025, a convocação de eleições legislativas antecipadas para o próximo 18 de maio. O anúncio foi feito após uma reunião do Conselho de Estado, realizada no Palácio de Belém, que analisou a atual crise política no país.
Marcelo Rebelo de Sousa tomará a decisão histórica de dissolver a Assembleia da República na próxima quarta-feira, 19 de março, e convocar novas eleições legislativas para maio. Este será o terceiro mandato presidencial de Marcelo a ser marcado por uma dissolução do Parlamento. A situação reflete a crescente instabilidade política que tomou conta do país após a recente demissão do Governo.
Apesar de uma maioria de partidos ter defendido inicialmente que as eleições ocorressem em uma data mais distante, o Presidente foi sensível a diversos argumentos apresentados, incluindo questões logísticas, como o grande número de peregrinos esperados para o dia 11 de maio em Fátima, além da disputa entre Benfica e Sporting que pode ser decisiva para o campeonato de futebol.
O Conselho de Estado, reunido para discutir a crise política, foi palco de um intenso debate sobre os rumos do Governo e as estratégias adotadas. Fontes que participaram da reunião mencionaram que o Presidente Rebelo de Sousa se mostrou contrário à estratégia do Governo, que propôs uma moção de confiança. Marcelo teria feito questão de expressar sua discordância diretamente ao primeiro-ministro, Luís Montenegro, antes da moção ser votada no parlamento.
A reunião do Conselho de Estado, que começou às 15h10 e terminou pouco antes das 18h00, contou com a presença de diversos conselheiros, incluindo os presidentes da Assembleia da República, do Tribunal Constitucional, e vários ex-presidentes da República. No entanto, alguns membros estiveram ausentes, como o antigo presidente do PSD Francisco Pinto Balsemão e a provedora de Justiça Maria Lúcia Amaral.
O clima tenso culminou na rejeição da moção de confiança ao Governo na última terça-feira. Esta moção, que foi uma tentativa de Luís Montenegro de manter o seu executivo minoritário no poder, acabou por ser rejeitada após duas moções de censura, apresentadas pelo Chega e pelo PCP. O contexto envolvia uma polêmica sobre o cumprimento do regime de incompatibilidades de Luís Montenegro e sua ligação à empresa familiar Spinumviva, o que gerou dúvidas sobre a legalidade e ética do comportamento do primeiro-ministro.
Após a queda do Governo, os nove partidos representados no Parlamento se uniram em apoio à dissolução do Parlamento e à convocação de novas eleições, com ampla concordância para que o futuro do país fosse decidido nas urnas.
Com a convocação das eleições para 18 de maio, o país se prepara para um novo ciclo político. A decisão de Marcelo Rebelo de Sousa tem gerado grande expectativa, e o cenário político permanece altamente dinâmico, com todos os partidos se posicionando para a batalha eleitoral.
Portugal atravessa um período turbulento, com a desconfiança crescente entre a população e os governantes. As próximas semanas serão cruciais para o futuro do país, e a campanha eleitoral promete ser intensa e polarizada. O resultado das urnas poderá redefinir os rumos políticos e econômicos de Portugal nos próximos anos.