Luanda – Recentemente, o MPLA afastou vários quadros seniores e cabos eleitorais ligados à sua comissão executiva em Luanda, no que parece ser uma manobra para neutralizar possíveis apoiantes de um congresso democrático com Higino Carneiro na disputa. Entre os afastados estão nomes como Joanes André, Manuel da Costa “Godo”, Tomas Bicas, Tony Mulato, Nelson Funete, Lourdes Caposso, Africano Pedro, Mato Mota “Kito” e Marcela Bessa.
O afastamento dos quadros aconteceu no contexto da eleição do novo primeiro-secretário provincial de Luanda, Luís Manuel da Fonseca Nunes, que substitui Manuel Homem, agora nomeado ministro do Interior. O processo eleitoral foi considerado tranquilo, uma vez que existiam garantias de que todos os membros da comissão se manteriam em seus postos até janeiro de 2025.
No entanto, após a eleição, os quadros foram surpreendidos com uma convocação para uma plenária de emergência, onde uma lista manuscrita anunciou os nomes dos afastados da comissão provincial. Embora Luís Manuel da Fonseca Nunes seja um novo nome na província e ainda não tenha pleno conhecimento sobre os quadros locais, a decisão de afastamento foi atribuída a uma orientação direta do Secretário-Geral, Paulo Pombolo.
Há, no entanto, especulações dentro do partido de que a medida poderia ser uma iniciativa de Manuel Homem, o primeiro-secretário cessante. Alguns acreditam que ele tenha tomado a decisão como parte de uma estratégia para enfraquecer o apoio à ideia de um congresso com múltiplas candidaturas em 2026. O fato de alguns dos afastados terem trabalhado com Higino Carneiro no passado alimenta ainda mais a teoria de que essa ação seria parte de um processo de purga interna no MPLA.
Esses acontecimentos indicam tensões dentro do partido, à medida que se aproxima o congresso de 2026, e levantam questões sobre os rumos políticos do MPLA em um momento de mudanças significativas em sua estrutura interna.