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Ventura e as novas “caças às bruxas”: lições políticas da histeria pública e do populismo europeu

by Marcelino Gimbi

O colunista José Manuel Fernandes traça um paralelismo entre as perseguições históricas às “bruxas” e as reações políticas e mediáticas que hoje se dirigem a figuras controversas como André Ventura. No seu mais recente texto, o autor recorda que, entre os séculos XVI e XVII, milhares de pessoas foram condenadas e executadas na Europa sob acusações de feitiçaria, muitas vezes impulsionadas pela expansão da imprensa e pela disseminação de boatos — uma analogia com o atual papel das redes sociais e o debate sobre a regulação da informação digital.

Fernandes alerta para os perigos de tentar limitar a liberdade de expressão sob o argumento do “combate à desinformação”. Tal como a invenção da imprensa democratizou o conhecimento, o articulista considera que as plataformas digitais, apesar dos seus excessos, representam uma nova forma de participação pública que não deve ser reprimida.

No centro da análise está André Ventura, líder do Chega, cuja estratégia mediática o autor considera “elementar, mas eficaz”: provocar para se tornar o centro do debate político. A frase sobre “os três Salazares” e os cartazes polémicos são, segundo Fernandes, movimentos calculados para gerar divisão e protagonismo. “Não importa o que diz, importa que se fale dele”, resume o autor, defendendo que as reações judiciais ou moralistas apenas reforçam o papel de vítima que Ventura procura assumir.

O texto faz ainda um paralelo com o caso holandês, onde o partido populista de Geert Wilders perdeu terreno após uma curta passagem pelo poder. Fernandes vê no exemplo neerlandês uma lição: os populistas tendem a crescer com o descontentamento, mas perdem força quando são chamados a governar.

O autor critica igualmente a tendência de transferir disputas políticas para os tribunais ou de restringir o discurso nas redes sociais — atitude que, em sua opinião, revela fraqueza e desconexão com os eleitores mais jovens. Citando Emmanuel Macron como exemplo, Fernandes considera que o apelo do presidente francês a novas restrições à liberdade digital é reflexo da sua baixa popularidade.

O artigo conclui com um aviso: a virtude exibicionista dos que se dizem moralmente superiores — ontem nas fogueiras das “bruxas”, hoje nas redes e nos tribunais — continua a ser um dos maiores perigos para a liberdade de pensamento.

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