Com emoção, orgulho e senso de missão, a presidente da Associação Nacional dos Fisioterapeutas de Angola (ANFA), Victória Furtunato, deu início ao Primeiro Congresso Internacional dos Fisioterapeutas de Angola, um marco histórico que celebra o crescimento, a maturidade e a relevância da fisioterapia no país.
O evento, realizado em Luanda, reuniu mais de 260 participantes, entre especialistas nacionais e internacionais, e consolidou a união de uma classe cada vez mais científica, engajada e comprometida com a reabilitação e a inclusão social.
Em seu discurso de abertura, Victória Furtunato destacou o papel da ANFA como força propulsora da valorização profissional. “A nossa associação é o coração que pulsa pela dignificação de cada fisioterapeuta deste país. Somos a voz que nos representa e o elo que nos une”, declarou, emocionada.
A presidente traçou uma linha do tempo da fisioterapia em Angola, recordando que os primeiros profissionais foram formados no exterior — em países como Portugal, Brasil, Cuba e Alemanha — e retornaram ao país após a independência para lançar as bases do ensino e da prática da reabilitação. Com o avanço do ensino superior, instituições como a Universidade Privada de Angola (UPRA), Universidade Metodista, ISPAS, UNEPIAG e Universidade de Belas passaram a formar centenas de jovens fisioterapeutas, ampliando o alcance da profissão.
“O fisioterapeuta angolano é mais do que um técnico de reabilitação. É educador, pesquisador e defensor da dignidade humana”, afirmou Furtunato, reforçando a urgência de um conselho profissional regulador e de maior investimento em pesquisa científica.
O congresso contou com a presença de representantes da Confederação Mundial de Fisioterapia, da Região Africana de Fisioterapia, de Portugal e do Brasil. Josefh Marcial, representante africano, celebrou o protagonismo angolano: “Angola tornou-se visível no mapa mundial da reabilitação”, disse, apelando à solidariedade entre os países africanos de língua portuguesa para o fortalecimento técnico e científico da profissão.
Do Brasil, o fisioterapeuta especialista em quiropraxia elogiou o avanço do setor no país: “O caminho está certo. É apenas uma questão de tempo. Angola já começa a trilhar o mesmo percurso de países com tradição em fisioterapia”, afirmou, destacando a importância da prevenção e do tratamento humanizado.
Já o representante português enfatizou a necessidade de estreitar laços entre as universidades angolanas e a Ordem dos Fisioterapeutas de Portugal, com o objetivo de alinhar currículos às normas internacionais. “Trata-se de identificar as reais necessidades de cada país e trabalhar em conjunto para elevar a qualidade da formação”, pontuou.
Em nome da UPRA, o presidente da Comissão de Gestão parabenizou a ANFA pela realização do congresso e reafirmou o compromisso da universidade com a formação científica e a valorização dos profissionais. “Durante a pandemia da Covid-19, os fisioterapeutas foram heróis. Hoje merecem o reconhecimento pelo papel essencial que desempenham na saúde”, declarou.
O produtor do evento, Mauro Furtunato, celebrou o sucesso da organização, que contou com painéis técnicos de alto nível e ampla participação. “É um espaço de partilha, atualização e interação entre terapeutas e especialistas. Um marco para a fisioterapia nacional”, concluiu.
O primeiro dia do congresso encerrou com aplausos, emoção e a promessa de continuidade. Em sua mensagem final, Victória Furtunato deixou um recado de esperança:
“Que este congresso seja um marco de partilha, inovação e fortalecimento da fisioterapia angolana. Viva a fisioterapia nacional, viva a fisioterapia internacional!”

