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Caso Odair Moniz: o mistério da faca e o início do julgamento do agente Bruno Pinto

by Marcelino Gimbi

O julgamento do agente da PSP Bruno Pinto, acusado da morte de Odair Moniz, arranca esta terça-feira, no Tribunal de Sintra, um ano após o incidente que chocou o país e levantou dúvidas sobre a atuação policial e a possível manipulação de provas.

Na madrugada de 21 de outubro de 2024, Odair Moniz, cidadão cabo-verdiano de 43 anos e residente no Bairro do Zambujal, foi baleado por Bruno Pinto durante uma operação policial na Cova da Moura, Amadora. A versão inicial da PSP alegava que a vítima tentou agredir os agentes com uma faca após uma perseguição automóvel, justificando assim os disparos.

No entanto, a investigação conduzida pela Polícia Judiciária (PJ) veio contrariar essa versão, concluindo que não houve ameaça com arma branca. Apesar disso, uma faca foi encontrada no local — e é justamente esse objeto que se tornou o centro do mistério e da polémica.

A análise pericial revelou que a faca não tinha vestígios de ADN ou impressões digitais de Odair Moniz. Além disso, imagens em vídeo captadas na zona mostram um agente da PSP a colocar um objeto semelhante a uma faca junto ao corpo do homem, levantando suspeitas de manipulação de provas.

Dois outros agentes — Rui Machado e Daniel Nabais — são arguidos noutro processo, suspeitos de falsas declarações sobre a origem da faca. As versões apresentadas por ambos divergem, e o Ministério Público (MP) considera que as suas afirmações não correspondem ao que mostram as imagens da PJ.

Apesar das suspeitas, o MP arquivou em outubro as acusações de falsificação de documentos e de plantação de provas, alegando falta de indícios suficientes para sustentar essas hipóteses.

De acordo com o relatório forense, o primeiro tiro atingiu Odair no tórax, a uma distância de 20 a 50 centímetros, e o segundo foi disparado entre 75 centímetros e um metro, atingindo a virilha. Para a procuradora Patrícia Agostinho, o agente Bruno Pinto sabia que os disparos eram potencialmente letais, mas ainda assim decidiu efetuá-los “com o propósito de o imobilizar”.

Bruno Pinto enfrenta agora o tribunal acusado de homicídio. Já Rui Machado e Daniel Nabais serão ouvidos apenas como testemunhas, uma vez que o processo relativo às falsas declarações corre em separado.

A audiência promete concentrar-se nos 27 minutos de intervalo entre o momento dos disparos e o aparecimento da faca nas imagens — um detalhe que poderá ser decisivo para esclarecer o que realmente aconteceu naquela madrugada na Amadora.

O julgamento deverá trazer novas respostas sobre as circunstâncias da morte de Odair Moniz, mas também sobre a transparência das ações policiais e a responsabilidade individual dos agentes envolvidos no caso.

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