Luanda — As autoridades angolanas detiveram 19 pessoas, entre funcionários e ex-funcionários do Banco Angolano de Investimentos (BAI), suspeitas de envolvimento num esquema de desvio de mais de cinco mil milhões de kwanzas, o equivalente a cerca de 4,7 milhões de euros.
De acordo com um comunicado do Serviço de Investigação Criminal (SIC), a rede criminosa, composta por cinco trabalhadores bancários e um cidadão de nacionalidade gambiana, foi desmantelada após uma investigação iniciada em maio, na sequência de uma denúncia apresentada pelo próprio BAI.
Os detidos enfrentam acusações de associação criminosa, falsificação de documentos, acesso indevido a sistemas informáticos, devassa através de meios digitais e branqueamento de capitais. As investigações apontam que o grupo terá manipulado dados de uma conta empresarial, permitindo transferências ilícitas de grandes quantias para contas de terceiros.
O esquema terá tido origem na agência do Waku Kungo, na província do Cuanza Sul, onde alguns funcionários, incluindo o subgerente, introduziram alterações nos registos de clientes, facilitando as operações fraudulentas.
Como parte das diligências, o SIC anunciou o bloqueio de mais de mil contas bancárias em várias instituições financeiras, por onde os valores desviados terão circulado. Parte do dinheiro foi utilizado na compra de viaturas, imóveis e terrenos em diferentes regiões do país, alguns já identificados e apreendidos.
Dos 19 suspeitos, 14 permanecem em prisão preventiva, enquanto cinco foram libertados sob termo de identidade e residência. As autoridades continuam as investigações para localizar e deter outros possíveis envolvidos no caso.

