N’dalatando – A Delegada Provincial da Justiça e dos Direitos Humanos no Cuanza Norte, Delfina Camulombo, está a ser investigada por alegado envolvimento em práticas de corrupção, desvio de bens públicos e falsificação de documentos. As suspeitas surgem a partir de denúncias feitas por funcionários da própria instituição, que relatam uma série de irregularidades com impacto direto nos serviços públicos e nos recursos do Estado.
De acordo com informações divulgadas pelo portal Club-k.net, a responsável é acusada de ter desviado equipamentos de cozinha industrial e fornos pertencentes ao Hotel IU, sob gestão da Delegação da Justiça, para fins comerciais privados, o que teria causado prejuízos ao erário público.
As denúncias vão mais longe, apontando para a suposta falsificação de documentos com a finalidade de adquirir imóveis do Estado em parceria com o chefe do Departamento Provincial da Habitação. Além disso, há suspeitas de apropriação indevida de fundos destinados às Lojas dos Registos no Cuanza Norte, alegadamente canalizados para empresas fictícias ligadas à dirigente, com o objetivo de financiar a construção de uma residência de luxo no bairro Nova Vida, em Luanda.
O Serviço de Investigação Criminal (SIC) na província confirmou a existência de um processo em curso relacionado com o caso. As denúncias têm ganho repercussão nas redes sociais, especialmente na página “Fala Porcelana”, conhecida por expor casos de má gestão e corrupção na região.
Entre as queixas adicionais apresentadas está o uso indevido de uma viatura atribuída ao município de Ngonguembo, que estaria a ser utilizada como táxi para benefício pessoal da dirigente.
Um funcionário da Delegação, sob anonimato, denunciou ainda o estado de degradação das Lojas dos Registos: “O ambiente de trabalho é caótico, há lixo acumulado e falta de condições básicas, mesmo com verbas disponíveis para a manutenção. Estamos cansados da má gestão”.
Até ao momento, Delfina Camulombo não se pronunciou sobre as acusações. As autoridades continuam a investigar o caso, que levanta preocupações sobre a integridade e o uso responsável dos recursos públicos no setor da Justiça na província.