Maputo– A capital moçambicana acolheu esta semana uma conferência promovida pela Associação Nacional de Jovens Empreendedores (ANJE), no âmbito das celebrações dos 50 anos de independência nacional. O evento reuniu diversas vozes do ecossistema empresarial jovem, com destaque para Gerson Tembe, representante da JT Holding, e Pedro Silva, vice-presidente da Associação das Pequenas e Médias Empresas (APME), que partilharam reflexões sobre o ambiente de negócios, os desafios pós-pandemia e o papel das instituições no apoio ao empreendedorismo juvenil.
Ambiente de negócios: uma nova era?
Para Gerson Tembe, o atual momento é de esperança e renovação, impulsionado por mudanças na liderança política:
“Tenho uma avaliação positiva. Estamos numa nova era, com um novo Presidente — jovem, com foco na juventude e que promete apoiar os jovens. Vejo isso como uma grande oportunidade. Os jovens devem manter o foco e aproveitar este momento”, afirmou.
Inovação como resposta aos desafios
Sobre as estratégias da JT Holding diante dos desafios económicos agravados pela pandemia, Tembe enfatizou a importância da inovação e digitalização:
“Estamos à procura de novas formas de fazer as coisas. A pandemia e as manifestações mostraram-nos a instabilidade que o país pode enfrentar. Por isso, queremos aproximar-nos mais do povo, dos jovens, e apostar na digitalização de tudo que for possível.”
Financiamento ainda é entrave
Questionado sobre os apoios mais urgentes ao setor, o jovem empresário foi claro ao defender a necessidade de mecanismos concretos de financiamento:
“É impossível falar de jovens a empreender sem acesso a financiamento. Precisamos criar oportunidades reais de apoio financeiro para que o jovem possa avançar. O jovem sabe como fazer, só precisa de uma oportunidade.”
Gerson também destacou o papel da ANJE como plataforma essencial para o fortalecimento do empreendedorismo jovem:
“A ANJE é a principal fonte que congrega a juventude. Estes eventos e conferências são fundamentais para aproximar os jovens. A juventude deve procurar a ANJE, pois ela é o canal direto de apoio e representatividade.”