Durante uma entrevista concedida à Televisão Pública de Angola (TPA) nesta segunda-feira, o Presidente da República, João Lourenço, fez declarações fortes em relação ao ambiente político nacional, criticando diretamente a atuação da oposição, sobretudo da UNITA.
O Chefe de Estado afirmou que existem ações deliberadas de sabotagem por parte da oposição contra iniciativas do Executivo que, segundo ele, são pensadas para beneficiar o povo angolano.
“A oposição sabota algumas iniciativas do Governo que seriam para benefício do povo”, afirmou.
João Lourenço também lançou críticas ao maior partido da oposição, a UNITA, dizendo que não se pode criar tensão política esperando que tudo se resolva através de audiências no Palácio Presidencial.
“A UNITA não pode criar tensão política e pensar que se resolve com audiências no palácio”, sublinhou o Presidente.
Ao abordar temas relacionados à governação local, João Lourenço expressou o desejo de relançar o Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), um programa voltado para o desenvolvimento das comunidades, principalmente no interior do país.
“Se tivesse mais recursos financeiros, faria um segundo PIIM”, afirmou, destacando a importância da continuidade deste tipo de investimento descentralizado.
Ainda durante a entrevista, o Presidente esclareceu que o programa das comemorações dos 50 anos da Independência Nacional tem caráter inclusivo e não visa excluir nenhum cidadão ou grupo.
“Se alguém se quiser auto-excluir, não pode depois acusar os outros de esquecimento”, afirmou, em resposta a críticas de exclusão feitas por certos setores.
Lourenço ressaltou que os atos de condecoração que estão a ser realizados em várias províncias demonstram o reconhecimento da nação pelos feitos dos seus filhos e filhas.
“O feedback que estamos a receber é muito positivo. Os beneficiários e suas famílias valorizam enormemente o gesto simbólico da entrega de medalhas”, concluiu.
As declarações do Presidente João Lourenço reforçam uma postura de defesa das ações do Executivo e de confronto político direto com a oposição, num momento em que Angola se prepara para celebrar cinco décadas de independência. As críticas à UNITA e a reafirmação de que o programa das comemorações é para todos os angolanos indicam uma tentativa de reposicionar o Governo como agente de unidade nacional.
A entrevista também evidencia os desafios financeiros enfrentados pela governação atual, que impedem a execução de novos programas de impacto direto, como o PIIM.