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Corrupção nos céus? Empresa de defesa é alvo de investigação por esquema de cartel em Portugal

by REDAÇÃO

Uma das maiores operações contra suspeitas de corrupção em contratos públicos em Portugal volta a lançar luz sobre os bastidores do combate aos incêndios rurais — e levanta questões sérias sobre transparência, concorrência e integridade nas relações entre o setor privado e o Estado.

A Sodarca Defense, empresa fornecedora de armas e soluções militares, e parte do grupo liderado por João Bravo, dono também da Helibravo, está no centro da operação “Torre de Controlo”, conduzida pela Polícia Judiciária (PJ). A investigação aponta para a existência de um “cartel” na contratação de meios aéreos para combate a incêndios, com prejuízo estimado para o Estado de 100 milhões de euros.

A operação, realizada a 29 de maio de 2025, visou empresas privadas, entidades públicas e organismos reguladores, abrangendo os distritos de Lisboa, Porto, Faro, Beja, Castelo Branco e Bragança.

Entre os alvos:

  • Sodarca Defense e Helibravo (de João Bravo)
  • Heliportugal, Gestifly, Gesticopter e Helifly
  • O Gabinete Coordenador de Missão no Âmbito dos Incêndios Rurais
  • A Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC)

As acusações incluem:

  • Corrupção ativa e passiva
  • Fraude fiscal qualificada
  • Tráfico de influência
  • Abuso de poder
  • Associação criminosa
  • Burla qualificada

Segundo a PJ, as empresas envolvidas teriam criado uma rede de conluio, combinando previamente condições e valores em concursos públicos no setor dos meios aéreos. Isso teria gerado:

  • Manipulação de preços
  • Redução da concorrência
  • Favorecimento de empresas com informações privilegiadas
  • Dependência artificial do Estado, forçando-o a pagar mais caro por serviços urgentes de combate a incêndios

A manobra permitia que, ao controlar a oferta, as empresas impusessem os seus próprios preços ao Estado — especialmente em momentos de elevada necessidade operacional, como durante a época crítica dos incêndios.

João Bravo, além de liderar a Sodarca Defense e a Helibravo, já esteve envolvido em polémicas anteriores, incluindo:

  • Doações ao partido Chega
  • Organização de jantares de apoio político
  • Ameaça de processo contra António Costa, após o então primeiro-ministro, em 2018, ter denunciado a atuação concertada de empresas aéreas no setor
  • Helibravo nega qualquer envolvimento em cartelização
  • A ANAC declarou que “não tem intervenção direta” na seleção dos operadores aéreos para o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR), mas garantiu total colaboração com as autoridades
  • A Força Aérea confirmou buscas e também cooperação com a investigação

Com 12 arguidos já constituídos — sendo sete pessoas singulares e cinco empresas —, o caso pode ter implicações profundas para o setor de contratos públicos em Portugal. O foco estará não só nas responsabilidades criminais, mas também na revisão de procedimentos de contratação pública e aumento da transparência nos concursos ligados à proteção civil e defesa nacional.


Conclusão: o combate aos incêndios não pode arder em corrupção

A revelação deste caso mostra que, mesmo em áreas críticas como o combate aos incêndios, interesses privados e redes de influência podem comprometer o bem público. A justiça tem agora a tarefa de desmontar esse esquema e devolver confiança aos contribuintes.

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