Um alegado esquema de corrupção envolvendo funcionários da Administração Geral Tributária (AGT) e empresários chineses foi formalmente denunciado há sete meses, conforme informações obtidas. A denúncia, apresentada por Edivaldo Carlos de Campos Bernardo, um agente do Serviço de Investigação Criminal (SIC-Luanda), aponta para um fluxo de valores significativos, sem que, até ao momento, tenham sido registadas acções concretas por parte do SIC. A situação inclui ainda relatos de ameaças de morte ao denunciante.
Os dados disponíveis indicam que Paulo Camilo Lopes Silvestre, Chefe da Repartição Fiscal da Cidade da China, estaria a receber semanalmente avultadas somas de dinheiro de empresários chineses, em troca de facilidades ilícitas. Os pagamentos seriam transportados para residências particulares, incluindo a de Lassana Oliveira, identificada como uma alegada amante. Os recursos obtidos teriam sido utilizados na aquisição de veículos e imóveis de alto valor.
A denúncia foi entregue ao então Director-Geral do SIC em 18 de Junho de 2024. Foram apresentadas provas como áudios, fotografias e testemunhos, mas a ausência de uma investigação formal levanta questões sobre o processamento de tais informações.
Com a recente alteração na liderança do SIC, espera-se uma análise e acção sobre a denúncia. A sociedade angolana aguarda uma resposta da nova direcção do SIC, do Ministério do Interior e da Procuradoria-Geral da República (PGR) para esta situação que envolve alegados desvios de recursos públicos e a segurança de um funcionário do Estado.