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Crise na RENAMO: Polícia moçambicana retira Ex-Guerrilheiros da sede do partido em Maputo

by REDAÇÃO

Maputo — A tensão dentro da RENAMO, principal partido da oposição moçambicana, atingiu um novo pico nesta terça-feira, quando a polícia invadiu a sede nacional da organização para pôr fim à ocupação feita por ex-guerrilheiros do partido. A ação, que durou cerca de 30 minutos, incluiu o uso de gás lacrimogéneo e disparos, deixando pelo menos um manifestante ferido.

Desde o dia 15 de maio, cerca de 50 antigos combatentes da RENAMO estavam acampados na sede, exigindo a renúncia do presidente do partido, Ossufo Momade. Os manifestantes criticam fortemente a liderança atual, acusando Momade de incapacidade e de desviar o partido dos ideais do histórico líder Afonso Dhlakama.

Apesar das ordens para uma intervenção sem violência, testemunhas relataram ferimentos e gritos durante a operação. Imagens mostraram ex-guerrilheiros sendo retirados à força e levados em autocarros, sem que o destino deles fosse revelado.

“Com esta liderança, não vamos a lugar nenhum. Queremos que o presidente se demita”, afirmou Edgar Silva, um dos porta-vozes do grupo, ex-guerrilheiro da província de Nampula.

A ação policial também se estendeu ao gabinete do presidente do partido, situado a poucos metros da sede principal, onde mais ex-combatentes foram retirados, desta vez sem confronto. A operação culminou com a descoberta de sete outros manifestantes escondidos em uma dependência da sede, também detidos.

Durante o protesto, os ex-combatentes exibiam imagens de Afonso Dhlakama e entoavam palavras de ordem em sua homenagem, reforçando o apelo por uma mudança na liderança da RENAMO.

A direção do partido tem pedido calma, solicitando que os conflitos internos sejam resolvidos por meio dos canais próprios e dentro dos estatutos partidários. No entanto, a crescente insatisfação sugere uma cisão profunda entre os membros históricos e a atual liderança.

Momade, que assumiu o comando da RENAMO em 2019, após a morte de Dhlakama, foi reconduzido ao cargo em maio de 2024 — um processo marcado por forte contestação interna.

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