Tensão Global: Trump avisa Putin que está “a brincar com o fogo”

As declarações do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltaram a agitar o cenário político internacional. Desta vez, o alvo foi o presidente russo, Vladimir Putin, a quem Trump acusou de estar “completamente louco” e de “brincar com o fogo”, numa publicação feita na sua rede social Truth Social.

Lusa

Conhecido por já ter elogiado Putin no passado, Trump agora adota um tom radicalmente diferente. “Sempre tive boas relações com Vladimir Putin, mas algo aconteceu com ele. Ficou completamente LOUCO!”, escreveu no último domingo (25).

O ex-presidente americano demonstrou frustração com a falta de progressos nas negociações de paz na Ucrânia e condenou a intensificação dos ataques russos a áreas civis.

Segundo Trump, “mísseis e ‘drones’ estão a ser disparados contra cidades ucranianas sem qualquer motivo”. Na madrugada de domingo, um ataque massivo com drones deixou pelo menos 13 mortos, conforme relataram autoridades ucranianas.

Na publicação mais recente, feita nesta terça-feira (27), Trump foi ainda mais direto:

“O que Vladimir Putin não percebe é que, se não fosse eu, muitas coisas muito más já teriam acontecido à Rússia, e quero dizer MUITO más. Ele está a brincar com o fogo!”

A declaração deixou claro que Trump acredita ter sido um fator estabilizador nas relações internacionais durante sua presidência — e que, sem sua presença, o cenário atual teria sido ainda mais crítico para Moscovo.

A resposta de Moscovo não tardou. Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin, desvalorizou os comentários de Trump, afirmando que se tratam de reações emocionais:

“Este é um momento muito importante, ligado naturalmente à carga emocional de todos, inclusive à de Trump.”

Peskov reforçou que Putin continua a tomar as decisões necessárias para garantir a segurança da Rússia, rejeitando qualquer interferência externa ou crítica vinda de ex-líderes de outros países.

Trump também não poupou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusando-o de prejudicar a imagem do seu próprio país:

“Zelensky não está a fazer nenhum favor à Ucrânia com o tom que vem adotando”, escreveu Trump, sugerindo que a retórica ucraniana pode estar a afastar oportunidades de negociação.

Estas declarações surgem num momento delicado para as relações internacionais, com a guerra na Ucrânia ainda sem fim à vista e com as conversações diplomáticas — como as promovidas na Turquia — a enfrentarem sérias dificuldades para gerar resultados concretos.

A postura agressiva de Trump pode ter repercussões políticas tanto no cenário global como interno, especialmente no contexto das eleições presidenciais de 2024, onde ele continua a ser uma figura central no Partido Republicano.