Durante a conferência europeia da Allianz Global Investors (Allianz GI), um dos destaques foi o papel estratégico que a China vem desempenhando no cenário global, especialmente no contexto das tensões comerciais com os Estados Unidos. Segundo especialistas presentes no evento, o país asiático está a dar sinais claros de que encontrou formas eficazes de enfrentar a turbulência criada pelas políticas comerciais do ex-presidente norte-americano Donald Trump.
De acordo com a Allianz GI, a China está a trilhar um caminho que pode levá-la a uma independência cada vez maior em relação aos Estados Unidos. O chamado “círculo virtuoso” mencionado durante o evento — composto por crescimento econômico consistente, avanços nas condições macroeconômicas, desenvolvimento do mercado de capitais e uma maior estabilidade cambial — é visto como o motor que pode impulsionar o país para uma nova fase de autonomia financeira e estratégica.
Essa evolução não apenas reforça a posição da China como uma potência global, mas também redefine o equilíbrio geopolítico, ao reduzir a exposição e a dependência de decisões políticas e econômicas vindas de Washington.
A guerra comercial entre China e EUA, intensificada durante a administração Trump, foi um dos pontos centrais da discussão. Ainda que tenha representado um grande desafio para o comércio internacional, o conflito também estimulou Pequim a adotar medidas para fortalecer a sua própria economia. O país investiu na inovação tecnológica, no consumo interno e na diversificação de suas parcerias comerciais, criando alternativas aos mercados tradicionalmente dominados pelos americanos.
Outro ponto enfatizado pela Allianz GI foi o esforço da China em estabilizar a sua moeda e tornar o mercado financeiro doméstico mais transparente e acessível. Isso não só ajuda a atrair mais investimento estrangeiro, mas também protege a economia chinesa contra choques externos — um fator crucial em tempos de incerteza global.
O exemplo chinês, segundo os analistas da Allianz GI, mostra que é possível enfrentar políticas protecionistas e sair fortalecido. Ao apostar na estabilidade, inovação e autonomia, a China não apenas respondeu aos desafios impostos por Trump, mas está a posicionar-se como um modelo de resistência e adaptação no cenário econômico internacional.