Rússia e Ucrânia avançam com acordo para troca de prisioneiros, mas paz ainda parece distante

Em uma reunião marcada pela tensão e pela brevidade, representantes da Rússia e da Ucrânia se encontraram nesta sexta-feira (16) no Palácio Dolmabahce, em Istambul, na Turquia, para retomar o diálogo direto após um longo hiato desde o início da invasão russa em 2022. O encontro durou menos de duas horas e, embora não tenha resultado em avanços concretos rumo a um cessar-fogo definitivo, um acordo importante foi alcançado: a troca de mil prisioneiros de guerra por cada lado — a maior do tipo desde o começo do conflito.

Apesar desse passo significativo, as posições entre as duas nações continuam muito distantes. Moscou teria condicionado qualquer cessar-fogo à retirada das forças ucranianas de quatro regiões atualmente em disputa: Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson — todas com presença parcial de tropas russas, mas sem controle total por parte do Kremlin, segundo fontes ucranianas.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia, Hakan Fidan, destacou que ambas as delegações demonstraram abertura para continuar as negociações, concordando “em princípio” com um novo encontro futuro.

Durante a conversa, foi também cogitada a possibilidade de uma reunião entre os presidentes dos dois países. O ministro da Defesa da Ucrânia, Rustem Umerov, que liderou a delegação de Kiev, mencionou essa possibilidade, enquanto Vladimir Medinsky, assessor presidencial e chefe da delegação russa, afirmou que estão sendo preparadas propostas detalhadas para um eventual cessar-fogo.

Enquanto isso, o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy informou que está em contato constante com líderes ocidentais — entre eles os presidentes dos EUA, França, Alemanha, Reino Unido e Polônia — reforçando a importância de manter pressão internacional sobre Moscou. Em uma publicação nas redes sociais, Zelenskyy defendeu a imposição de “sanções severas” caso a Rússia recuse um cessar-fogo total e incondicional.

Zelenskyy participou de uma cúpula na Albânia, junto de líderes de vários países europeus, para discutir segurança e defesa no contexto da guerra em curso.

NoLs bastidores internacionais, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que está disposto a se encontrar com o presidente russo, Vladimir Putin, “o quanto antes”. A declaração foi feita em Abu Dhabi, ao final de uma visita ao Oriente Médio, reforçando os esforços diplomáticos globais para buscar o fim das hostilidades.