Home POLÍTICA Vigília da UNITA no Bengo termina com 21 Feridos: Ação policial gera controvérsia

Vigília da UNITA no Bengo termina com 21 Feridos: Ação policial gera controvérsia

by REDAÇÃO

O clima político em Angola voltou a aquecer após um episódio de violência ocorrido na província do Bengo. Uma vigília promovida pelo Grupo Parlamentar da UNITA em memória do ex-deputado Raul Danda terminou de forma trágica na noite de 11 de maio, com confrontos entre os participantes e as forças de segurança.

O ato simbólico, que reunia militantes, simpatizantes e figuras do partido, transformou-se rapidamente em um cenário de tensão. De acordo com informações obtidas no local, a intervenção da polícia teria sido ordenada pela governadora provincial, Maria Nelumba, desencadeando uma ação repressiva que culminou em 21 pessoas feridas — quatro delas em estado grave, atualmente internadas no Hospital Provincial do Bengo.

Testemunhas relataram o uso de gás lacrimogéneo e disparos para dispersar os manifestantes. Muitos consideram a medida desproporcional, já que o evento tinha caráter pacífico e visava apenas prestar homenagem a uma figura histórica da oposição.

Até o momento, não houve pronunciamento oficial das autoridades locais sobre a atuação das forças policiais. Contudo, a UNITA manifestou-se publicamente, condenando veementemente o episódio e classificando-o como uma violação aos direitos fundamentais de reunião e liberdade de expressão.

A repressão à vigília está a causar forte repercussão entre lideranças políticas e organizações da sociedade civil, que exigem uma investigação urgente e transparente sobre o que ocorreu. Diversas vozes pedem responsabilização pelos excessos cometidos e garantias de que episódios como este não se repitam.

O caso reacende o debate sobre o espaço democrático em Angola, especialmente em períodos de maior tensão política. Para muitos analistas, o uso da força contra manifestações pacíficas representa um retrocesso nas liberdades civis e mina a confiança da população nas instituições.

A vigília foi organizada em honra de Raul Danda, uma das figuras mais respeitadas dentro da UNITA, conhecido pelo seu papel conciliador e pela defesa firme dos valores democráticos. O episódio violento que marcou o evento em sua homenagem contrasta com o espírito de diálogo que ele sempre defendeu, segundo membros do partido.

Com os desdobramentos ainda em curso, a expectativa gira agora em torno da resposta das autoridades provinciais e nacionais diante da pressão pública. A maneira como o governo lidará com este caso poderá ter impactos duradouros na relação entre poder político e a oposição, assim como na percepção internacional sobre o respeito aos direitos humanos em Angola.

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