Em uma conferência de imprensa realizada esta terça-feira, em Luanda, o Tenente-General reformado Isaías Sambangala revelou ter feito um empréstimo de cerca de 3 milhões de dólares ao projeto político PRA-JA Servir Angola, liderado por Abel Chivukuvuku. O montante, segundo ele, foi destinado a diversas necessidades da organização, incluindo a compra de 21 viaturas para os secretários provinciais do movimento.
Sambangala, que atua como vice-coordenador para as Finanças e Património do PRA-JA, esclareceu que os fundos vieram da venda de um centro comercial pertencente à sua empresa, ID Sambangala, situado próximo ao Hospital Geral de Luanda. Ele frisou que se trata de um empréstimo de natureza pessoal e não de qualquer tipo de financiamento institucional ou partidário.
“Fui eu, pessoalmente, quem emprestou esse dinheiro ao PRA-JA. Não há envolvimento do MPLA, como tem sido sugerido por algumas vozes nas redes sociais e em ambientes políticos”, afirmou o general, rejeitando rumores que colocavam em dúvida a origem dos recursos.
Durante a conferência, que também serviu para prestar contas do processo organizativo interno, Sambangala mencionou já ter colaborado financeiramente com outras forças políticas no passado, incluindo empréstimos à bancada parlamentar da UNITA, totalizando cerca de 60 milhões de kwanzas.
A direção do PRA-JA aproveitou o momento para reiterar seu compromisso com a transparência financeira e refutar especulações envolvendo seus deputados — anteriormente eleitos através da coligação UNITA/FPU. Segundo o partido, esses parlamentares já deixaram os seus cargos, negando qualquer vínculo com tentativas de promover um terceiro mandato para o atual Presidente da República, João Lourenço.
O movimento prepara-se agora para um momento crucial: a realização do seu congresso. Este evento é visto como determinante para a consolidação institucional do PRA-JA, cuja trajetória até à legalização formal foi marcada por disputas jurídicas e resistência administrativa.
Com posicionamentos firmes e prestação de contas pública, o PRA-JA tenta afirmar sua independência e fortalecer sua imagem diante do eleitorado angolano.