Com a dissolução do Parlamento e a convocação de novas eleições, os dois principais líderes partidários começaram a se movimentar nas ruas. No dia seguinte ao anúncio da dissolução, Luís Montenegro (líder do PSD) e Pedro Nuno Santos (secretário-geral do PS) marcaram presença na mesma feira de turismo, a Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL). Contudo, a maneira como ambos se posicionaram, cada um à sua maneira, já deu pistas do que podemos esperar desta fase de campanha eleitoral.
Quando questionado sobre a crise política que levou à dissolução do Parlamento, Luís Montenegro optou por não assumir qualquer responsabilidade direta. O líder do PSD foi evasivo nas suas respostas, não se comprometendo com a ideia de que sua postura ou ações tivessem contribuído para o atual cenário de instabilidade política. Essa postura de resistência a assumir a culpa em um momento decisivo deixa transparecer que o PSD procurará focar-se em outras narrativas durante a campanha.
Enquanto isso, Pedro Nuno Santos não perdeu a oportunidade de criticar diretamente o governo liderado por António Costa. O líder do PS foi incisivo ao afirmar que o atual primeiro-ministro, Luís Montenegro, arrastou o país para uma crise política. Segundo Santos, Montenegro foi responsável por “atirar o país para debaixo do comboio que pôs em andamento”, fazendo referência à controvérsia envolvendo as ligações de Costa a uma empresa familiar, o que gerou desconfiança e levou à dissolução do Parlamento.
Para o socialista, a situação atual é uma “oportunidade para iniciar uma nova fase” para o país, uma fase que, segundo ele, deveria ser marcada pela ausência de uma estratégia clara do governo atual. Para Santos, o governo de Costa tem falhado ao não apresentar realizações significativas, com exceção do que já estava bem estruturado antes da sua gestão. Além disso, acusou o governo de estar “sob um manto de suspeição”, fazendo uma clara distinção entre a sua postura e a do líder do PSD, que não estaria a responder adequadamente às questões críticas que lhe são colocadas.
Com as eleições à vista, fica claro que os dois principais líderes vão adotar estratégias diferentes para conquistar a confiança do eleitorado. Enquanto Montenegro tenta evitar a responsabilidade pela crise política, Pedro Nuno Santos posiciona-se como o líder da mudança, pronto para encerrar um capítulo de desconfiança e falta de estratégia. A disputa pela liderança do país promete ser marcada por discursos acalorados e uma luta pelo voto daqueles que buscam um novo rumo para Portugal.
Os próximos meses serão decisivos, e as declarações e posicionamentos dos principais partidos irão moldar o clima da campanha eleitoral, tornando cada evento político uma oportunidade para conquistar os eleitores e afirmar as suas visões para o futuro do país.