Os ministros das Relações Exteriores das sete maiores economias democráticas do mundo, o G7, lançaram um apelo firme à Rússia, instando o país a aceitar a proposta de cessar-fogo apresentada pelos Estados Unidos na guerra contra a Ucrânia. Caso contrário, alertaram, a Rússia poderá enfrentar novas sanções.
Em um comunicado conjunto divulgado nesta sexta-feira, 14 de março, após uma reunião em Quebec, Canadá, os ministros do G7 afirmaram: “Pedimos que a Rússia retribua, concordando com um cessar-fogo em termos de igualdade e implementando-o plenamente.” O comunicado acrescenta que, caso a Rússia se recuse a aceitar o cessar-fogo, os países do G7 estão dispostos a impor “custos adicionais” ao Kremlin, incluindo a aplicação de novas sanções, limites ao preço do petróleo e apoio adicional à Ucrânia.
Os países do G7 reiteraram ainda seu “apoio inabalável” à Ucrânia, destacando a importância da defesa da sua integridade territorial e os direitos fundamentais de liberdade, soberania e independência. A declaração surge em um momento crítico, com o Kremlin sinalizando resistência a aceitar totalmente a proposta de cessar-fogo dos Estados Unidos, embora tenha indicado que ainda há muito a ser discutido para alcançar um acordo com a Ucrânia.
Enquanto isso, em Washington, a Casa Branca anunciou que o enviado especial do presidente dos EUA, Steve Witkoff, havia se reunido com o presidente russo Vladimir Putin, na quinta-feira, 12. Na manhã seguinte, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, declarou aos jornalistas que o governo americano estava “cautelosamente otimista” sobre as perspectivas de um acordo, mas reconheceu que a situação permanece complexa e difícil.
O ministro das Relações Exteriores do Canadá, Melanie Joly, também se pronunciou, destacando que todos os ministros do G7 estavam de acordo com a proposta de cessar-fogo dos EUA, que conta com o apoio da Ucrânia. “A bola está agora do lado da Rússia”, afirmou Joly, indicando que a responsabilidade de avançar com o acordo repousa sobre o Kremlin.
O ministro britânico das Relações Exteriores, David Lammy, também se alinhou a esse posicionamento, destacando a unidade entre as potências do G7 e enfatizando que agora é o momento para um cessar-fogo “sem condições”. “A Ucrânia definiu sua posição, cabe agora à Rússia aceitá-la”, afirmou Lammy, reforçando que uma “coligação de interessados” está sendo formada para garantir à Ucrânia a segurança necessária durante o cessar-fogo.
Em Moscovo, o governo russo, por meio do porta-voz Dmitry Peskov, expressou que ainda há questões pendentes para a implementação do cessar-fogo com a Ucrânia, sugerindo que a Rússia não está totalmente disposta a aceitar os termos propostos. Peskov mencionou que Putin ainda espera respostas sobre várias questões antes de concordar com o acordo.
Enquanto isso, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, rejeitou as condições apresentadas por Putin, acusando-o de “deliberadamente” dificultar o processo de paz. Zelenskyy destacou a importância de um cessar-fogo incondicional e de 30 dias como um passo inicial crucial para alcançar uma paz justa e duradoura, conforme afirmou em uma publicação nas redes sociais.
O futuro do cessar-fogo e da guerra na Ucrânia segue incerto, com as potências internacionais exercendo pressão sobre a Rússia, enquanto a situação no terreno continua a ser marcada por desafios diplomáticos e militares.