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Chega apresenta moção de censura ao Governo, mas proposta é rejeitada pelo Parlamento

by REDAÇÃO

Na última sexta-feira, o Governo português enfrentou sua primeira moção de censura desde que tomou posse, menos de 11 meses atrás. A proposta, apresentada pelo partido Chega, foi amplamente rejeitada pelo Parlamento, com a exceção dos deputados do próprio Chega e do deputado independente Miguel Arruda, ex-membro do partido de André Ventura, que votaram a favor. O Partido Comunista Português (PCP) optou por se abster, enquanto os restantes deputados votaram contra.

A moção de censura surgiu em resposta a uma reportagem do Correio da Manhã que revelou que a família do primeiro-ministro Luís Montenegro é dona de uma empresa, a Spinumviva, com atividades no setor imobiliário, algo que gerou suspeitas de um possível conflito de interesses. A criação da empresa em 2021, com um objeto social abrangente, incluindo compra e venda de imóveis, consultoria e viticultura, foi mencionada por André Ventura como um motivo para a moção, questionando o momento da constituição da empresa e o envolvimento de Montenegro na mesma.

Em um tom crítico, Ventura acusou o Governo de manter “o espírito de promiscuidade” e de não ter sido transparente sobre os negócios imobiliários da família do primeiro-ministro, insinuando que o Governo poderia se beneficiar com a recente aprovação da “Lei dos Solos”, que facilita a reclassificação de terrenos rústicos para urbanos.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, defendeu-se argumentando que a constituição da empresa visava atender a solicitações fora da sua carreira de advogado e garantir o futuro de seus filhos. Ele explicou que, ao assumir a presidência do PSD, transferiu a responsabilidade pela empresa para sua esposa e filhos, alegando que a principal atividade da empresa seria investir em vinhedos na região do Douro.

Durante o debate, Ventura insistiu em questionar sobre a natureza dos negócios da empresa e sobre quem seriam os seus clientes, enquanto Montenegro reiterou que sua participação na empresa não configura conflito de interesses, refutando as acusações do Chega.

A moção de censura do Chega foi, de fato, uma manobra que não obteve apoio suficiente, sendo rejeitada pelos outros partidos. O Partido Socialista (PS) e outros partidos da oposição apontaram que a proposta não passava de uma tentativa de desviar atenções de problemas internos do Chega. Para o PS, a moção era apenas uma “manobra de diversão”, enquanto o líder da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, sugeriu que o Chega atravessava uma crise interna e estava à beira do precipício.

Em um clima tenso, os partidos criticaram a postura de Ventura e o uso da moção de censura como uma “tábua de salvação” para desviar o foco dos problemas do próprio partido, enquanto destacavam as políticas e as conquistas do Governo.

O resultado da votação confirma que a moção não tinha apoio suficiente no Parlamento, mas também reflete a contínua polarização política no país, com o Chega em busca de visibilidade enquanto o Governo de Luís Montenegro segue no comando, apesar das polêmicas que surgem no caminho.

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