Na terça-feira, 14 de janeiro, Américo Ramos foi oficialmente empossado como o novo primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe. A cerimônia de posse ocorreu no Palácio do Povo e contou com a presença do Presidente Carlos Vila Nova, membros do Tribunal Constitucional, do Supremo Tribunal de Justiça, além de outras autoridades do país.
Este é o 19.º governo constitucional da nação e marca o início de uma nova etapa política para o país. Composto por dez ministérios, o novo executivo apresenta uma redução no número de ministros em relação ao governo anterior, mantendo alguns membros do gabinete anterior, mas também trazendo novas figuras para cargos-chave.
Américo Ramos, que foi ministro das Finanças no governo anterior, assumiu oficialmente a chefia do governo. Em seu discurso de posse, Ramos comprometeu-se a cumprir e fazer cumprir a Constituição, defendendo a soberania nacional e promovendo o desenvolvimento social, econômico e cultural do país. “Juro pela minha honra cumprir e fazer cumprir a Constituição e as leis, defender a independência nacional, promover o progresso económico, social e cultural do povo são-tomense”, afirmou.
A composição do novo governo inclui seis homens e quatro mulheres, refletindo um equilíbrio de gênero. Entre os ministros reconduzidos, destacam-se Ilza Amado Vaz, que continua como ministra de Estado dos Negócios Estrangeiros, e Isabel de Abreu, que permanece à frente do Ministério da Educação, Cultura, Ciência e Ensino Superior. Novos nomes também foram indicados para cargos importantes, como Vera Cravid, que assumiu o Ministério da Justiça, Assuntos Parlamentares e Direitos da Mulher, e Celso Matos, ex-bastonário da Ordem dos Médicos, que ficará à frente do Ministério da Saúde.
O próximo passo para o novo governo será a apresentação do programa de ação liderado por Américo Ramos, que precisa ser aprovado pela Assembleia Nacional. Com a Acção Democrática Independente (ADI) como a maior força parlamentar, e um acordo com a coligação MCI-PS-PUN, a aprovação do programa parece ser um passo previsível, mas resta ver como a dinâmica política se desenrolará no Parlamento.
Além das questões políticas, o novo governo também terá que enfrentar desafios como o atraso na aprovação do Orçamento Geral do Estado para o ano e a necessidade de atualizar a grelha salarial da Função Pública, problemas que exigem atenção imediata.
A nomeação de Américo Ramos gerou controvérsias no cenário político. O partido ADI, liderado por Patrice Trovoada, considerou a nomeação um “golpe de Estado palaciano”, questionando a legitimidade do novo governo. Contudo, outros partidos de oposição, como o MLSTP e o Movimento Basta, reconheceram a nomeação, embora inicialmente defendessem que o ADI fosse o responsável por formar o governo.
Antes de sua nomeação, Américo Ramos teve uma carreira marcada por altos e baixos. Durante o governo de Patrice Trovoada, foi ministro das Finanças e teve seu nome envolvido em uma polêmica em 2019, quando foi detido por acusações de corrupção. Embora as acusações tenham sido arquivadas, Ramos foi compensado judicialmente com uma indenização de cerca de 400.000 euros.
Com o novo governo empossado, São Tomé e Príncipe entra em uma nova fase política, e a expectativa é de que Américo Ramos e sua equipe consigam enfrentar os desafios do país e garantir o progresso esperado pela população.