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HomeÁFRICAVenâncio Mondlane Retorna a Maputo Sob Fortes Medidas de Segurança

Venâncio Mondlane Retorna a Maputo Sob Fortes Medidas de Segurança

O candidato presidencial Venâncio Mondlane chegou a Maputo nesta terça-feira, 9 de janeiro de 2025, por volta das 08:20, após dois meses e meio liderando a contestação aos resultados das eleições gerais de 2024 a partir do exterior. Sua chegada foi marcada por intensas medidas de segurança na área do aeroporto, que se tornaram ainda mais evidentes devido aos confrontos entre seus apoiantes e as forças de segurança nas imediações.

Lusa

Desde as primeiras horas da manhã, tiros de gás lacrimogêneo e metralhadora foram disparados nas proximidades do aeroporto, onde centenas de manifestantes se concentravam tentando acessar o local, bloqueado por policiais e militares. De acordo com fontes próximas a Mondlane, o candidato manifestou a intenção de sair do aeroporto e se dirigir ao centro da cidade para conversar com o povo. Ele descreveu o seu regresso como o início de uma nova fase de resistência contra os resultados das eleições, que denominou de “Ponta de Lança”.

Em declarações emocionadas, Mondlane afirmou: “Se me quiserem assassinar, assassinem. Se quiserem prender-me, prendam. Sei que na minha queda a fúria popular que se vai verificar em Moçambique não tem comparação na história de África e de Moçambique”. O candidato deixou claro seu compromisso com a causa, independentemente das consequências.

Os protestos e confrontos que marcaram as semanas seguintes à eleição de outubro já resultaram em quase 300 mortes e mais de 500 feridos a bala, conforme relatado por organizações da sociedade civil. O Conselho Constitucional de Moçambique anunciou que a tomada de posse do novo Presidente está marcada para o dia 15 de janeiro, quando o sucessor de Filipe Nyusi assumirá o cargo. Em 23 de dezembro, o mesmo órgão proclamou Daniel Chapo, candidato da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), como vencedor da eleição presidencial, com 65,17% dos votos. A vitória da Frelimo também garantiu a continuidade da sua maioria parlamentar.

O anúncio dos resultados desencadeou novas manifestações e violentos confrontos, além de destruição de bens públicos e privados. Entretanto, na última semana, a situação parecia ter se acalmado, sem novos protestos programados. Apesar disso, o Ministério Público abriu processos contra Mondlane, considerando-o responsável moral por manifestações que, na província de Maputo, causaram danos superiores a dois milhões de euros devido à destruição de infraestruturas públicas.

Embora o Tribunal Supremo tenha afirmado que não há mandado de captura contra o candidato, a tensão continua a crescer no país, com a ameaça de novos episódios de violência e a polarização política em seu ponto máximo. A aguardada posse do novo presidente poderá representar um novo capítulo na crise política que se abateu sobre Moçambique.