Luanda – Durante o IX Congresso Ordinário da Juventude do MPLA (JMPLA), realizado na província de Benguela, delegados denunciaram uma série de ações de sabotagem e boicote contra o candidato Adilson Hach. Jovens militantes expressaram insatisfação com a postura de alguns primeiros secretários da organização, acusando-os de obstruir o processo eleitoral e dificultar a visibilidade da candidatura de Hach.
Em vídeos divulgados nas redes sociais, os delegados criticaram a liderança da JMPLA por restringir o acesso às atividades da campanha de Hach. Em alguns casos, relataram que os primeiros secretários não informaram oficialmente sobre eventos importantes, levando muitos militantes a dependerem das redes sociais para obter informações. “Esses atos enfraquecem a organização e prejudicam a transparência que defendemos”, desabafaram os delegados.
Outro ponto polêmico foi o alegado uso de coação para apoiar o candidato Capapinha. Segundo os jovens, alguns delegados cessantes teriam sido pressionados a apoiar Capapinha sob ameaça de perderem benefícios, como o uso de carros oficiais. “Estão usando sua posição para promover interesses pessoais, não para fortalecer a organização”, criticaram.
Apesar dos desafios, Adilson Hach tem conseguido atrair a simpatia de muitos militantes. Conhecido por sua comunicação autêntica e ética, ele ganhou apoio entre os jovens que enxergam nele uma chance de renovação dentro do partido e o respeito aos princípios democráticos. Contudo, ainda enfrentam resistência interna, com relatos de que militantes têm sido pressionados a mudar seu apoio em troca de favores. Mesmo assim, esses delegados afirmam que votarão livremente, resistindo às tentativas de manipulação.
Os delegados acreditam que o boicote e a pressão psicológica podem surtir um efeito contrário, aumentando a visibilidade e o apoio à candidatura de Hach. Para eles, as atitudes autoritárias da liderança revelam uma fraqueza e a incapacidade de dialogar com os jovens sobre um futuro mais democrático. “Nós queremos democracia e liberdade, e isso se reflete nas nossas escolhas”, reforçaram os apoiadores de Hach.
As tensões dentro da JMPLA destacam um conflito geracional e uma busca por maior transparência e participação dos jovens nas decisões do partido. Este embate entre renovação e manutenção do poder atual pode ter consequências importantes para o futuro da JMPLA e do MPLA, especialmente à medida que mais jovens se envolvem e exigem um papel significativo dentro do partido.