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Corrente interna do MPLA avalia possíveis candidaturas e expressa preocupação com rumos do partido

Luanda – A União das Tendências do MPLA (UT-MPLA), grupo que há mais de 15 anos se dedica a lutar pela democratização do partido no poder em Angola, comunicou recentemente sua posição sobre o cenário político e econômico do país. Em carta enviada ao gabinete da Vice-Presidente Luzia Damião, a UT-MPLA expressou insatisfação com a situação interna do MPLA e suas divergências.

Fundada para defender valores históricos e reformistas, a corrente interna acredita que seria incompreendida caso não manifestasse publicamente seu descontentamento. Salvador Correia, membro da UT-MPLA e militante do MPLA há mais de cinco décadas, expressou, em entrevista ao Club-K, cautela ao avaliar a posição de dois generais do partido — Fernando da Piedade Dias dos Santos e Higino Lopes Carneiro —, especialmente no que se refere ao próximo congresso ordinário do MPLA em 2026.

Salvador Correia relatou que a UT-MPLA está observando as intenções dos dois generais e, embora ainda não tenha conseguido um diálogo direto com eles, vê suas possíveis candidaturas com otimismo. No entanto, a corrente decidiu não fazer declarações públicas sobre o tema até entender mais profundamente os “objetivos estratégicos” por trás das candidaturas. Espera-se que ambos os generais estejam alinhados com a “linha dura” do MPLA, que se opõe ao “MPLA Amplo Movimento”, vertente defendida pela UT-MPLA.

A UT-MPLA foi pioneira na defesa de congressos democráticos e da participação de múltiplas candidaturas. Durante a liderança de José Eduardo dos Santos, o grupo enfrentou a oposição direta do ex-presidente, que os acusava de agir nas sombras. Em resposta, a UT-MPLA optou por tornar públicas suas intenções, destacando seu compromisso com os princípios dos estatutos do partido, que promovem a diversidade de opinião.

Outro ponto central das recentes comunicações da UT-MPLA foi a “Correção de Angola”, iniciativa que visa retomar valores de justiça e representatividade. Segundo Salvador Correia, a ideia de uma correção nacional é inspirada em documentos históricos que ainda ecoam o sentimento de necessidade de renovação e democratização dentro do MPLA.

“Há alguns meses, enviamos novas reivindicações à direção do partido, mas ainda não obtivemos qualquer resposta,” destacou Correia, explicando que o último documento foi protocolado no gabinete da Vice-Presidente há mais de 60 dias e conta com o apoio do coordenador adjunto da UT, Luís Fernando.

A UT-MPLA continua a pressionar o MPLA por mudanças estruturais e pelo fortalecimento da democracia interna. A espera de um retorno formal da liderança do partido, a corrente reafirma sua disposição de promover, de forma construtiva, os valores e direitos defendidos por seus fundadores e pela história de Angola.