Lisboa – Na noite de quarta-feira, a Área Metropolitana de Lisboa foi palco de mais uma onda de distúrbios, após a morte de “Odair Moniz”, um cidadão cabo-verdiano, baleado pela PSP no Bairro da Cova da Moura. A escalada de violência resultou no incêndio de dois autocarros e sete veículos, além de múltiplos focos de incêndio em diversos concelhos.
Os autocarros foram incendiados em “Santo António dos Cavaleiros” (Loures) e na “Arrentela” (Seixal). Adicionalmente, houve registo de incêndios em caixotes do lixo nos concelhos da “Amadora”, “Sintra”, “Oeiras”, “Odivelas”, “Barreiro”, “Lisboa” e “Almada”. Estes episódios violentos sucedem-se aos protestos desencadeados pela morte de Odair Moniz, morto durante uma ação policial na Cova da Moura.
A PSP prometeu uma política de “tolerância zero” aos atos de violência e destruição, conforme reforçado por “Pedro Gouveia”, diretor nacional em suplência da polícia. Ele condenou veementemente os incidentes, afirmando que as autoridades estão a trabalhar de forma coordenada para restaurar a tranquilidade pública e garantir a segurança das comunidades afetadas.
Gouveia sublinhou que as comunidades querem viver em paz e apelou à calma, destacando que os atos de vandalismo e confrontos têm sido perpetrados por pequenos grupos criminosos, prejudicando a população que deseja justiça e segurança.
Os tumultos tiveram início na madrugada de segunda-feira, após a morte de Odair Moniz, de 43 anos. Segundo a versão oficial da PSP, Moniz teria fugido de uma abordagem policial e, após despistar-se, teria resistido à detenção, tentando agredir os agentes com uma arma branca. O incidente ocorreu no Bairro da “Cova da Moura”, na Amadora.
Por outro lado, associações como a “SOS Racismo” e o movimento “Vida Justa” contestam a versão da polícia, exigindo uma investigação independente e isenta para apurar as circunstâncias da morte. Estas organizações denunciam o que chamam de “cultura de impunidade” dentro das forças policiais.
A “Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI)” já abriu um inquérito urgente para investigar o caso, e a PSP também iniciou uma investigação interna. O agente responsável pelo disparo foi constituído arguido.
Desde a morte de Moniz, a área metropolitana de Lisboa tem assistido a uma crescente tensão, com registo de confrontos em bairros como o “Zambujal” e outras zonas. Além dos autocarros e veículos incendiados, foram também relatados casos de arremesso de pedras contra a polícia, esfaqueamentos leves e múltiplas detenções.
As autoridades estão agora concentradas em controlar a situação e evitar a propagação dos distúrbios, enquanto a comunidade e várias organizações continuam a exigir justiça e respostas claras sobre a morte de Odair Moniz.
A sequência de violência na “Área Metropolitana de Lisboa” expõe tensões profundas entre as forças de segurança e as comunidades locais. Com as investigações em curso, tanto pela PSP quanto pela IGAI, o foco está em apurar responsabilidades e restaurar a confiança na justiça. Entretanto, as autoridades reafirmam o compromisso de garantir a ordem e segurança pública, enquanto trabalham para evitar novos episódios de violência.