A capital cubana, Havana, está enfrentando uma grave crise após a passagem do furacão Óscar, de categoria 1, que deixou um rastro de destruição no país. Com pelo menos seis mortos confirmados e cerca de 10 milhões de pessoas sem energia elétrica, Cuba se vê paralisada por mais uma catástrofe natural.
O furacão Óscar atingiu Cuba no domingo, causando interrupções generalizadas no fornecimento de energia, o que gerou descontentamento popular. Protestos eclodiram em várias partes de Havana, com moradores reclamando da falta de eletricidade e água. Mesmo com as advertências do presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, de que atos de vandalismo seriam severamente punidos, muitos cubanos tomaram as ruas e varandas para expressar sua indignação.
Alguns manifestantes bloquearam ruas com lixo, enquanto outros temem perder alimentos armazenados devido aos apagões prolongados. Juan Estrada, um empresário local de 53 anos, expressou sua frustração: “Temos o frigorífico cheio de comida e estamos assustados”, relatou ele, que está sem eletricidade desde sexta-feira.
O ministro da Energia de Cuba, Vicente de la O Levy, havia prometido que a eletricidade seria restabelecida até a manhã de terça-feira, mas o atraso na recuperação ampliou o descontentamento. Este apagão é considerado o mais grave desde o furacão Ian, que em 2022 danificou seriamente a infraestrutura elétrica do país.
Para mitigar a crise, o governo cubano adotou medidas emergenciais, como a suspensão de aulas e o fechamento de repartições públicas, numa tentativa de reduzir o consumo de energia. No entanto, com uma crise econômica já devastadora, muitos cubanos enfrentam diariamente a escassez de alimentos, medicamentos, água e combustível.
A crise atual reflete um agravamento dos problemas que o país já enfrenta. Mais de meio milhão de cubanos deixaram a ilha em busca de melhores condições de vida nos Estados Unidos, enquanto outros milhares migraram para a Europa. O governo cubano atribui grande parte de seus desafios ao embargo comercial imposto pelos Estados Unidos há mais de seis décadas, que limita o acesso a recursos essenciais.
Entretanto, a Casa Branca discorda dessa interpretação. A secretária de imprensa Karine Jean-Pierre afirmou que a má gestão dos recursos e da política econômica por parte do governo cubano é uma das principais causas do sofrimento da população.
Enquanto Cuba luta para se recuperar dos estragos deixados pelo furacão Óscar, a população tenta encontrar esperança em meio ao caos. O governo busca soluções para restabelecer os serviços essenciais e, ao mesmo tempo, manter a ordem nas ruas. O futuro da ilha depende não apenas da superação deste desastre, mas também da capacidade de lidar com uma crise econômica que parece não ter fim.