Luanda – Fernando da Piedade Dias dos Santos, conhecido como “Nandó”, recentemente informou ao Presidente da República de Angola e líder do MPLA, João Lourenço, que pretende se candidatar à presidência do partido no próximo congresso ordinário, previsto para 2026. A informação foi revelada após Nandó solicitar uma audiência com o chefe de estado, o que ocorreu após algumas tentativas sem sucesso devido à agenda de Lourenço.
Em uma reunião reservada no Palácio Presidencial, “Nandó” comunicou ao presidente que, no momento oportuno, oficializaria sua candidatura para a liderança do MPLA. Durante o encontro, ele expressou preocupação sobre campanhas nas redes sociais que atacavam sua imagem e a de Dino Matross, ex-secretário-geral do MPLA. Essas campanhas, segundo ele, pareciam ser orquestradas por milícias digitais, algo que o presidente alegou desconhecer.
Apesar de não ter comentado diretamente sobre a intenção de candidatura de Nandó, Lourenço pareceu respeitar o direito do ex-presidente da Assembleia Nacional de concorrer ao cargo.
No entanto, em uma reunião do Comitê Central do MPLA, realizada logo após o encontro com Nandó, Lourenço deixou implícito que não vislumbra eleições internas para breve. Ele enfatizou que as eleições devem ocorrer no momento adequado, conforme os estatutos do partido. Em um discurso metafórico, comparou a política a um jogo, onde todos devem seguir as regras e respeitar o momento certo para iniciar a disputa.
Diversos sinais indicam que João Lourenço pretende alterar os estatutos do MPLA para viabilizar sua própria recandidatura em 2026. A aprovação dessas mudanças será discutida em futuras reuniões do Comitê Central, como já sinalizado pelo presidente.
Alguns membros do partido, como Valdir Cónego, de Malanje, têm expressado preocupação com a falta de clareza sobre os temas discutidos nas reuniões do Comitê Central. Ele questionou o presidente sobre as mudanças nos estatutos, mas sua intervenção resultou em um chamado pela Comissão de Disciplina e Auditoria, o que pode sinalizar uma tentativa de silenciar opositores internos.
Caso João Lourenço realmente decida se recandidatar, há especulações de que ele possa adotar estratégias para dificultar o avanço de outros concorrentes. Isso pode incluir campanhas contrárias ou até mesmo a invalidação de candidaturas sob acusações de traição ou violações às normas partidárias.
A disputa pela liderança do MPLA em 2026 promete ser acirrada, com Nandó já se posicionando como um forte candidato, enquanto Lourenço parece determinado a manter o controle do partido.