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HomeÁFRICAConflito Israel-Hezbollah: Ataques terrestres no Líbano intensificam tensão

Conflito Israel-Hezbollah: Ataques terrestres no Líbano intensificam tensão

O conflito entre Israel e o Hezbollah, grupo militante libanês apoiado pelo Irã, voltou a ganhar destaque com recentes ataques terrestres israelenses no sul do Líbano, realizados no dia 1 de outubro de 2024. Esses ataques, descritos pelas autoridades israelenses como operações limitadas, marcam uma escalada nas hostilidades entre as duas partes, reacendendo um antigo conflito que remonta à guerra de 2006.

Israel lançou ataques contra infraestruturas do Hezbollah próximas à fronteira, enquanto três comunidades do norte de Israel foram declaradas “zonas militares fechadas”, um indicativo de que novas forças podem ser enviadas para combater os militantes. Embora não tenham sido relatados confrontos diretos entre soldados israelenses e membros do Hezbollah, as operações sugerem a preparação para um conflito mais amplo. Autoridades americanas, como o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matthew Miller, confirmaram que foram informados sobre essas incursões.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu um cessar-fogo imediato, destacando sua preocupação com a possibilidade de uma invasão terrestre no Líbano. Biden afirmou que se sente confortável com o avanço das negociações de paz, mas alertou para a necessidade de uma pausa nas hostilidades. Apesar disso, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, indicou que a campanha contra o Hezbollah continuará, mesmo após a morte do líder do grupo, Hassan Nasrallah, um dos maiores responsáveis pela organização.

Gallant, em pronunciamento às tropas israelenses posicionadas na fronteira libanesa, afirmou que a “próxima fase” do conflito está prestes a começar. Ele destacou que, apesar da eliminação de Nasrallah, este não será o fim da ofensiva.

Em resposta, Naim Kassem, vice-chefe do Hezbollah, declarou que as forças do grupo estão prontas para enfrentar qualquer incursão terrestre. Durante discurso transmitido na televisão, Kassem reforçou que os militantes do Hezbollah estão preparados para resistir, aumentando a expectativa de um confronto mais intenso caso Israel avance com suas operações no Líbano.

Diplomatas internacionais estão mobilizados para conter a escalada. Antony Blinken, Secretário de Estado dos EUA, expressou esperança de que a diplomacia possa proporcionar uma solução duradoura, afirmando que os EUA continuarão a trabalhar por um acordo de cessar-fogo entre Israel e o Líbano, assim como buscarão aliviar a situação em Gaza, libertando reféns israelenses e minimizando o sofrimento palestino.

Jean-Noel Barrot, ministro francês dos Negócios Estrangeiros, também se juntou aos esforços diplomáticos, viajando ao Líbano para tentar mediar um cessar-fogo. Ele se reuniu com o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, e expressou o desejo da França de suspender os ataques israelenses.

Enquanto isso, o Ministério da Saúde do Líbano informou que, nas últimas duas semanas, mais de mil pessoas morreram e cerca de seis mil ficaram feridas, com o número de deslocados chegando a 250.000. Do lado israelense, milhares de cidadãos também foram deslocados devido à proximidade dos combates na fronteira.

Com a morte de Nasrallah e de um importante comandante iraniano, o Irã declarou cinco dias de luto e prometeu retaliação, o que aumenta o temor de uma resposta que pode ir além das fronteiras libanesas e israelenses, atingindo alvos internacionais.

A situação permanece tensa, e o mundo acompanha com atenção os próximos desdobramentos desse confronto, que tem o potencial de transformar-se em um conflito mais amplo, com consequências imprevisíveis para a região e para a estabilidade internacional.