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Tenente-Coronel das FAA permanece detido após denunciar envolvimento de altas patentes da Polícia em ocupação Ilegal de terrenos

Luanda – Recentemente, surgiram relatos sobre a detenção prolongada e sem julgamento do Tenente-Coronel das Forças Armadas Angolanas (FAA), Daniel Neto, que está sendo mantido preso sob ordens supostamente vindas da Presidência da República de Angola e do Bureau Político do MPLA, devido a motivações políticas. Fontes do Ministério do Interior e do Comando Provincial de Luanda da Polícia Nacional confirmaram essas informações ao portal O Decreto.

Tudo teria começado em novembro de 2023, quando uma delegação parlamentar da UNITA visitou camponesas da empresa “Konda Marta”, localizadas no município de Talatona, em Luanda. Na ocasião, Daniel Neto, que também é o diretor da empresa e porta-voz das camponesas, fez um discurso crítico à violência policial que essas mulheres vinham sofrendo nos últimos anos devido à disputa de terras. A fala teria desagradado o MPLA, que passou a associar Neto à oposição, acusando-o de fazer campanha em favor da UNITA.

No entanto, um dos filhos de Daniel Neto, Brandão Afonso Neto, destacou que seu pai sempre foi integrante das extintas Forças Armadas de Libertação de Angola (FAPLA), braço armado do MPLA, e posteriormente ingressou nas FAA. Para ele, não faz sentido associar seu pai a qualquer partido de oposição. Brandão também lamentou o fato de que, dentro do MPLA, quem se opõe ou fala a verdade muitas vezes acaba sendo reprimido.

Joana Miguel Magita, chefe de operações da empresa Konda Marta, que também enfrenta acusações, afirmou que sempre foi militante do MPLA, reforçando seu vínculo com o partido por meio de seu cartão de membro da Organização da Mulher Angolana (OMA).

Mais recentemente, surgiram alegações graves sobre um suposto plano envolvendo autoridades policiais, que pretendiam injetar uma substância venenosa em Daniel Neto enquanto ele estivesse sob custódia, com o objetivo de afetar sua saúde mental. O plano teria sido discutido em uma reunião no Comando Provincial de Luanda, com a participação de altos oficiais. O objetivo seria enfraquecê-lo a ponto de impedir que ele continuasse a lutar pelos direitos das camponesas envolvidas na disputa de terras.

Daniel Neto foi inicialmente preso no dia 10 de junho de 2023, acusado de associação criminosa, uma acusação que sua defesa contesta veementemente. Segundo fontes, sua prisão ocorreu sob circunstâncias suspeitas, com sua captura por homens não identificados em uma viatura de vidros fumados. Desde então, ele tem sido mantido sob custódia sem julgamento, gerando grande preocupação entre seus familiares e apoiadores.

A situação de Daniel Neto levanta questões sobre a liberdade de expressão e os direitos humanos em Angola, especialmente quando envolve figuras que fazem oposição ou denunciam ações de autoridades governamentais.