Nesta sexta-feira, as forças armadas de Israel anunciaram um ataque aéreo de alta precisão direcionado ao quartel-general do Hezbollah, localizado em Beirute, Líbano.
O ataque foi confirmado pelo porta-voz militar israelense, Daniel Hagari, durante um pronunciamento transmitido pela televisão, após várias explosões terem sido registradas na capital libanesa, resultando em densas colunas de fumaça sobre a área afetada. Esses bombardeios são os mais intensos em Beirute no último ano.
De acordo com fontes da mídia israelense, o alvo principal da ofensiva seria o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, embora o exército de Israel não tenha emitido comentários oficiais a respeito. Nas últimas semanas, Israel intensificou seus esforços para eliminar figuras de alto escalão dentro do grupo libanês. Após o ataque, o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, reuniu-se com comandantes das forças aéreas para monitorar os desdobramentos, sugerindo que o alvo possuía grande importância na hierarquia do Hezbollah.
O bombardeio ocorreu na área de Dahiyeh, um subúrbio de Beirute, logo após o discurso do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, na Assembleia Geral da ONU, onde ele afirmou que a campanha contra o Hezbollah continuaria. A explosão atingiu a região enquanto milhares de pessoas participavam do funeral de três membros do Hezbollah, incluindo um comandante de alto escalão, mortos em ataques israelenses anteriores.
A emissora Al-Manar, ligada ao Hezbollah, informou que quatro prédios foram destruídos, e que a explosão atingiu áreas a até 30 quilômetros de Beirute, quebrando janelas e causando danos estruturais em várias residências. Equipes de emergência foram acionadas e pelo menos dez feridos foram levados a um hospital próximo, incluindo uma criança em estado grave.
Os ataques aéreos israelenses no Líbano se intensificaram significativamente ao longo da semana, em resposta a mais de 11 meses de investidas do Hezbollah contra o território israelense. Israel mobilizou milhares de tropas para a fronteira com o Líbano, sugerindo uma possível invasão terrestre caso o grupo militante não seja afastado da região fronteiriça. Na ONU, Netanyahu reiterou a determinação de Israel em enfraquecer o Hezbollah até alcançar seus objetivos.
O aumento da violência tem gerado temor entre os libaneses de que um novo conflito de grandes proporções se aproxime, similar à guerra de 2006 entre Israel e Hezbollah, que devastou parte do Líbano. A escala da destruição provocada pela ofensiva israelense no Líbano pode se assemelhar à devastação ocorrida em Gaza durante a campanha de Israel contra o Hamas.
Segundo informações do ministro da saúde do Líbano, Firass Abiad, os ataques israelenses já resultaram na morte de mais de 720 pessoas somente nesta semana, entre elas dezenas de mulheres e crianças.