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Ex-Ministro João Costa critica duramente Marcelo e Montenegro: “Infantis” e “Irresponsáveis”

Lisboa – Em um artigo de opinião publicado no jornal *Expresso*, João Costa, ex-ministro da Educação, não poupou críticas à atuação do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e do primeiro-ministro, Luís Montenegro, no contexto das negociações para o Orçamento do Estado de 2025. A sua análise revela profundas divergências com as decisões políticas tomadas, levando-o a classificar o comportamento de ambos como “irresponsável” e “infantil”.

João Costa acusa o governo atual de uma postura infantilizada, afirmando que o Presidente da República é cúmplice dessa atitude. Em seu artigo, o ex-governante aponta que tanto o executivo quanto o chefe de Estado agem de forma negligente no que diz respeito à estabilidade política e às finanças públicas. Segundo Costa, a conduta de ambos reflete uma irresponsabilidade séria em relação ao futuro do país.

De acordo com o ex-ministro, enquanto o governo se mantém numa constante “campanha permanente”, tomando decisões cujo impacto nas contas públicas não é claro, o Presidente da República continua a insistir em apelos pela estabilidade, sem considerar a dissolução da Assembleia da República, como havia feito em situações anteriores. Para João Costa, essa mudança de postura revela uma incoerência que não passa despercebida à população.

Em sua crítica, João Costa destaca Pedro Nuno Santos, ex-ministro das Infraestruturas, como a única figura política que age com maturidade no atual cenário político. Segundo Costa, Pedro Nuno Santos é “o único adulto” no que descreve como um “quarto de brinquedos” onde Marcelo e Montenegro disputam poder e relevância política. Essa metáfora sugere que, enquanto as lideranças principais se engajam em disputas infantis, Pedro Nuno Santos se destaca por sua seriedade e responsabilidade.

Um dos pontos centrais da crítica de João Costa está relacionado à atuação de Marcelo nas negociações do Orçamento do Estado. O ex-ministro acusa o Presidente de interferir diretamente no processo, ultrapassando suas funções constitucionais e agindo como um “parceiro e cúmplice” do governo. Ele questiona o fato de Marcelo não ter pressionado o PSD a apoiar orçamentos anteriores, como faz agora com o PS.

Além disso, Costa argumenta que Marcelo estaria tentando enfraquecer a oposição socialista, favorecendo a ascensão do partido Chega. Segundo ele, o Presidente tem interesse em minimizar o papel do PS, buscando uma eventual “maioria reforçada” para o PSD nas próximas eleições. Para João Costa, essa interferência é prejudicial e compromete a seriedade do processo político.

Ao referir-se às negociações do Orçamento, João Costa lamenta que o debate público esteja focado mais em cenários hipotéticos do que nas medidas concretas que o documento trará. Ele aponta que, até o momento, o Orçamento do Estado não foi divulgado em sua totalidade, e as discussões têm se concentrado em especulações sobre o que pode ocorrer caso ele não seja aprovado.

Costa critica ainda a postura do governo, que, segundo ele, não está sendo transparente sobre as reais consequências das medidas propostas e está “brincando” com a estabilidade do país, sem apresentar uma visão clara sobre o impacto dessas decisões no futuro.

A análise de João Costa reflete uma insatisfação profunda com a condução política tanto do governo quanto do Presidente da República, a quem acusa de irresponsabilidade e falta de seriedade em um momento crucial para o país. Suas críticas apontam para uma crise de confiança nas lideranças atuais e sugerem que, para ele, o futuro de Portugal está sendo tratado com leviandade por aqueles que deveriam zelar pela sua estabilidade.

Com Pedro Nuno Santos destacado como uma rara exceção no panorama político, João Costa deixa claro que, na sua visão, é necessário um comportamento mais responsável e adulto para enfrentar os desafios que se avizinham.