O Presidente deposto da República do Gabi, Ali Bongo, reconheceu, na última quarta-feira, 18/09, sua “má governação” enquanto presidente, no momento em que anunciou sua demissão definitiva.
Após meses de silêncio, o antigo chefe de Estado, de 65 anos, reconheceu as insuficiências da sua gestão política, tendo assumindo a responsabilidade exclusiva, tanto a nível social como do funcionamento das nossas instituições, e apelou ao seu país para que “renuncie à vingança”.
Dirigindo-se à imprensa, Ali Bongo pediu clemência para a sua família, que diz ter sido vítima de “violência” e “tortura”.
“Quero reafirmar a minha retirada da vida política e a renúncia definitiva a qualquer ambição nacional (….). Jamais desejaria constituir, para o Gabão, um risco de ameaça, de desordem e de desestabilização”, declarou num texto enviado na noite de quarta para quinta-feira pela sua advogada gabonesa Gisèle Eyue Bekale aos meios de comunicação social, incluindo a AFP.
“Apelo ao apaziguamento, ao fim das violências e das torturas infligidas à minha família, em particular à minha mulher Sylvia e ao meu filho Noureddin, e à sua libertação, pois já estão presos há demasiado tempo por factos de que não foram considerados culpados”, acrescentou.
“Eu próprio não tenho liberdade de movimentos e estou sujeito a uma vigilância diária. As minhas visitas dependem da autorização dos militares. Isolado do mundo exterior, sem comunicações e sem notícias da minha família”, afirma o texto, escrito em francês.
O novo governo, liderado pelo general Brice Oligui Nguema, acusa-os de terem tomado o poder e desviado maciçamente fundos públicos, manipulando o chefe de Estado, enfraquecido desde 2018 por um grave acidente vascular cerebral. Desde a sua detenção, o governo de transição do general Oligui tem partilhado poucas informações sobre o seu estado ou sobre o progresso da investigação.