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João Lourenço segue o exemplo de José Eduardo dos Santos no controle da sucessão polí

Lisboa – O recente encontro de João Lourenço, líder do MPLA, com os Primeiros-Secretários dos Comitês de Ação do Partido (CAP), ocorrido em 26 de agosto, trouxe à tona comparações com um episódio semelhante ocorrido há mais de duas décadas. Em 2003, José Eduardo dos Santos (JES), então presidente de Angola, realizou uma reunião com um propósito semelhante: avaliar o ambiente político e identificar possíveis concorrentes à sua liderança.

Após o fim da guerra civil, José Eduardo dos Santos estava atento àqueles que poderiam estar interessados em sucedê-lo. Na época, o Secretário-Geral do partido, João Lourenço, figurava como uma das principais figuras a serem observadas. Durante uma consulta interna, Lourenço, seguindo a hierarquia partidária, incluiu seu próprio nome como possível sucessor, o que acabou sendo visto como uma afronta a JES.

Essa movimentação levou a uma reunião crítica no Cine Karl Marx, onde JES, diferente de Lourenço em 2023, permitiu que as bases expressassem suas frustrações e críticas, levando à exclusão de Lourenço do cargo de Secretário-Geral do MPLA pouco tempo depois.

A história de sucessão dentro do MPLA é marcada por episódios de tensão e afastamentos estratégicos. Em 1977, o líder do partido na época, Agostinho Neto, enfrentou uma corrente interna liderada por Nito Alves, que pretendia disputar a presidência do partido. A resposta de Neto foi dura, resultando em acusações de golpe de Estado e na execução de membros dessa corrente.

Em outro momento, em 1998, JES enfrentou pressões semelhantes de Lopo do Nascimento, então Secretário-Geral do MPLA, que vinha ganhando popularidade. O congresso realizado naquele ano, conhecido como “congresso da batota”, marcou o afastamento de Lopo e a ascensão de João Lourenço, nomeado para o cargo de Secretário de Informação do MPLA.

Mais de 20 anos após esses eventos, João Lourenço, agora presidente de Angola, parece enfrentar os mesmos dilemas de seus antecessores. Assim como JES, Lourenço resiste à ideia de um congresso democrático com múltiplas candidaturas, buscando consolidar sua liderança dentro do partido e evitar que novos concorrentes ganhem força.

Esses eventos mostram como o controle da sucessão é uma preocupação constante nas lideranças do MPLA, com estratégias repetidas ao longo do tempo para manter o poder centralizado e evitar divisões internas. A história se repete, e o fantasma do controle da sucessão ainda paira sobre o partido.