O MPLA acusou esta quinta-feira, 18, “alguns partidos políticos da oposição de espalhar desconfiança e mentiras, para desacreditar as acções do Executivo”. A UNITA reagiu, para voltar a defender que a institucionalização efectiva das autarquias locais é “uma emergência nacional” para acudir “à grave crise social que Angola vive”.
“Anossa democracia corre o risco de ser capturada por parte de alguns partidos da oposição, que espalham desconfiança e mentiras para desacreditar as acções do Executivo. Por isso, o Grupo Parlamentar do MPLA reafirma o diálogo aberto com todas as forças, para as grandes questões do País”, disse o vice-presidente do Grupo Parlamentar do MPLA, Virgílio Tyova, que leu a declaração política trimestral.
Segundo o deputado, a oposição espalha informações falsas no seio da sociedade, alegando que o Executivo não está interessado na materialização das eleições autárquicas, priorizando apenas a divisão política- administrativa do País.
“A institucionalização das autarquias locais é uma questão de aprofundar a democracia. Precisamos de ter um diálogo aberto para esta matéria”, afirmou o deputado, frisando que a realização das eleições autárquicas “foi sempre uma preocupação do MPLA”.
Em reacção, o líder do Grupo Parlamentar da UNITA, Liberty Chiyaka, que também fez a declaração política trimestral desta formação política, disse que a UNITA considera a institucionalização efectiva das autarquias locais “uma emergência nacional” para acudir à grave crise social que Angola vive.
“A crise de governação dos assuntos públicos locais, a falta de água nos bairros, as obras paradas, a confusão à volta dos terrenos, a crise na educação elementar, tudo isto não pode esperar por condições ideais para as autarquias começarem a funcionar”, disse.
Segundo o deputado, o País está em crise e está provado que o Governo central “sozinho” não é capaz de a resolver.
“Os problemas são muitos e são complexos, exigem a contribuição de outros e novos actores, quer sejam políticos, da sociedade civil e grupos de cidadãos. A crise social exige patriotismo e sentido de Estado”, referiu, salientando que os que forem eleitos devem arregaçar as mangas e estar munidos do espírito de missão.
“Devem trabalhar nas condições que existirem no terreno. Tanto o projecto do Grupo Parlamentar da UNITA como a proposta do Executivo prevêem que a versão final da Lei crie no seio da Assembleia Nacional uma comissão eventual para assegurar que não haja manobras, que não se perca mais tempo e que as autarquias sejam mesmo uma realidade antes das eleições gerais de 20272”, salientou.
A presidente do PHA, Bela Malaquias, na sua declaração, lamentou o atraso na configuração da comissão Nacional Eleitoral (CNE), passados dois anos sobre a realização das eleições gerais no País.
“Só restam três anos para as próximas eleições. Quando é que a Assembleia Nacional vai conformar o funcionamento da CNE?”, questionou, frisando que este atraso é inaceitável.
O deputado da FNLA, Benjamim da Silva, que manifestou a mesma inquietação, sublinhou que existem ainda na CNE comissários de partidos políticos que não estão representados na Assembleia Nacional.