- O presidente da Comissão Eleitoral (CPE-BIE) na província angolana do Bié, Daniel Chimbinga Chande, que em 2021 enfrentou prisão domiciliar por ordem da Procuradoria Geral da República, acusado de abuso de poder, tráfico de influência, desvio de dinheiro e associação criminosa, voltou a adotar práticas que desafiam as leis que regulam a administração dos órgãos do Estado, ignorando os apelos do Comitê Provincial do MPLA do Bié por conduta ética.
As comissões municipais de Camacupa e Cunhinga, também protegidas por Daniel Chimbinga, viram suas presidentes inserirem filhos e familiares sem concurso público, proibindo expressamente o registro de faltas para membros da família. No município do Cunhinga, por exemplo, o motorista está sem função, pois o carro destinado aos serviços gerais, um Land Cruiser, foi dado ao filho da presidente para lazer com amigos e apoio a atividades familiares, embora ela mesma tenha recebido um veículo Jynmy nas eleições de 2022.
Desde 2022, a maioria dos documentos tem sido assinada na casa de Daniel Chimbinga, especialmente os relacionados à compra de materiais de consumo, que são fornecidos por sua própria empresa e de alguns amigos. Daniel Chimbinga quase transformou sua casa em uma extensão da CPE-Bié ao frequentar o local por quase um ano e meio.
Na CPE-Bié, Daniel Chimbinga frequentemente ameaça os chefes de departamento e seção com exoneração, especialmente aqueles que não concordam com seus esquemas. Além disso, devido à arrogância e abuso de poder, a convivência com os membros do plenário também não é pacífica.
Nos corredores da comissão, Daniel Chimbinga se vangloria, afirmando que ninguém tem a competência para removê-lo da presidência, nem mesmo com a proposta do primeiro Secretário do MPLA no Bié, Pereira Alfredo, devido à amizade deste com o presidente da Comissão Nacional Eleitoral, “Manico”.
Recentemente, Daniel Chimbinga tem influenciado os presidentes das comissões municipais (Andulo, Catabola, Camacupa e Cunhinga) a criar conflitos com os funcionários, a fim de iniciar processos disciplinares que resultem em demissões, permitindo que membros de sua família ocupem essas vagas.