As centrais sindicais já estão a preparar a 3ª fase da greve geral na função pública, prevista para Junho, devido à fricção com o Governo sobre o aumento do salário mínimo nacional, que querem que seja de 100 mil kwanzas.
Fonte: NJ
Uma semana após o fim da segunda fase da greve, o Executivo não voltou a chamar as centrais sindicais para juntos encontrarem soluções que permitam um entendimento e os sindicatos estão a preparar o terreno para nova vaga de protestos.
Em declarações ao Novo Jornal, a UNTA e a CGSSILA asseguram que não vão recuar na decisão e salientam que cabe apenas ao Executivo resolver o problema do salário mínimo.
Antes da greve, as três centrais defendiam uma revisão salarial na função pública na ordem dos 250 mil kz, mas antes da primeira paralisação geral, no mês de Março, reduziram para 100 mil, e, mesmo assim, o Executivo não se mostrou receptivo.
No Dia Internacional do Trabalhador, 1 de Maio, o Governo assegurou estar a preparar-se para, a curto prazo, aprovar o salário mínimo nacional, “conforme as deliberações que forem tomadas” no Conselho Nacional de Concertação Social, sem apontar uma data concreta para este aumento desejado pelas centrais sindicais.
Entretanto, os sindicatos dizem estar disponíveis para voltar à mesa das negociações, mas lamentam de antemão o silêncio do Governo, uma semana depois da função pública retomar a actividade laboral, com normalidade, após cumprirem uma semana de greve.
O Executivo, através do MAPTSS, diz estar aberto ao diálogo, mas continua a não ter entendimento com as centrais sindicais para chegar a um acordo.
Já as centrais sindicais saudaram a adesão dos trabalhadores à greve geral e o seu êxito, na primeira e segunda fases, e realçam que estiveram reunidos esta quarta-feira,8, em Luanda, para desenharem a terceira fase da greve que acontecerá no mês de Junho.
Segundo as centrais, os protestos não vão parar até que o Executivo aceite o aumento do salário mínimo nacional.
O Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social disse ter resolvido 80 por cento das revindicações do caderno reivindicativo das centrais sindicais, mas os sindicatos, por sua vez, refutam estas afirmações.
O MPLA, partido que suporta o Governo, apelou, recentemente, às partes para continuarem com as negociações e evitar à continuidade da greve.
Segundo as centrais sindicais, a luta é de todos e apelam aos trabalhadores para não aceitarem que líderes sindicais, em nome de interesses pessoais, impeçam a realização da terceira fase da greve que será um facto, caso não haja acordo com o Executivo.
As centrais criticam ainda assim o aumento de 30 mil kz nos salários da Função Pública anunciado pelo Governo, que será implementado a partir de 1 de Junho, e dizem que é muito pouco.