Quando se vai comprar um bem, há várias razões que podem influenciar a pessoa a escolher entre um ou outro. Pode ser devido a preferências pessoais, necessidades específicas, qualidade percebida, preço, disponibilidade, entre outros factores.
Em 1974, quando os Movimentos de Libertação de Angola (FNLA, MPLA e UNITA), eram assim chamados na altura, vieram para as cidades, com acções a reflectir pobreza de marketing político numa sociedade políticamente vesga, salvo algumas élites intelectuais brancas, negras e mestiças, passou-se a assistir a uma adesão distraida dos angolanos a esses três movimentos sem se valorar os princípios que influenciam a decisão de escolha no momento da compra do produto por si oferecido aos angolanos.
O MPLA que assumiu a direcção do Estado de Angola desde 1975 por meios ilegais, aproveitando-se da estreiteza política dos angolanos, na altura, vendeu a ideologia do “MPLA ser o povo e o povo ser o MPLA”.
Passados, quase, 50 anos, o MPLA deixou o povo de Angola de rastos e na miséria e criou uma elite de expressão insignificante como donos de tudo até das vidas dos angolanos que mandam tirar sempre que o desejarem.
Para esta elite, os empregados são lixo a quem dão salários de miséria. Não são humanos no trato com pessoas que consideram pertencer a classes inferiores ao seu status. Não se preocupam com a formação de quadros e técnicos que tratem com humanismo os seus pares, que ajudem os estudantes a perceber bem os conteúdos ou então a acarinhar os doentes independentemente do seu estado de saúde ou ainda atender com serenidade e civilidade os clientes nos seus postos de serviço.
Afinal, qual das duas caras do MPLA é a verdadeira, a cara do MPLA de 1974 ou a de 2024?
Os Umbundu dizem: “O kwenle Ka kulonguisa o veke, wakusanga lawo ale”. Tradução em português “O outro não te ensina a ser parvo é porque já te encontrou parvo”. O MPLA o que tem feito ao povo angolano é aproveitar-se da sua bondade inspirada nos valores da cultura africana.
Passando pela FNLA que nos últimos anos tem sido uma sombra de si mesmo em relação a sua contribuição na luta contra o colonialismo português, dos três Movimentos de Libertação a UNITA era o mais pobre e sem nenhum aliado, sendo o povo único aliado. Foi o povo do Leste de Angola que ajudou os dirigentes do Movimento, durante a guerra no interior do país, a criar uma filosofia de interação e amor entre dirigentes e dirigidos. Uma filosofia cimentada nas agruras da luta. Foi isso que levou muito boa gente para UNITA, onde seu Presidente Jonas Malheiro Savimbi de barba espessa, aprendeu e desenvolveu os conhecimentos que hoje têm sido apreendidos por todos angolanos.
A filosofia que Jonas Malheiro Savimbi passou ao Partido é de todos angolanos terem valor. Dr. Savimbi passava horas a falar com o povo para melhor perceber seu pensamento, ouviu os soberanos consuetudinários do povo angolano como foi no VI Congresso Ordinário da UNITA onde falou com os Reis do Kongo (Mbanza N’kongo), de Kahombo (Malanje) e Mbalundu (Huambu) a fim de juntos com outros soberanos trabalharem na unidade dos angolanos.
Jonas Malheiro Savimbi, tratou com os dirigentes da África do Sul do Apartheid e da África do Sul Multirracial, tratou com os europeus e os americanos não dá forma como o fez o MPLA com a União Soviética, com Cuba e a China a quem alienou a soberania de Angola.
Chegados aqui, urge o povo de Angola passar a assumir um papel mais activo nas escolhas conscientes do futuro comum. Urge alertar o MPLA a aprender com a FRELIMO sobre a transição serena no País.
Chegados aqui, urge Angola com autarquias, urge outra Lei e estrutura eleitoral, outro modelo de reconciliação nacional e luta contra a corrupção sem perseguição de ninguém, outras oportunidades políticas, económicas, sociais e culturais para todos angolanos sem discriminação, outro modelo político que não permita a destruição da soberania nacional como está a ser feito pelos chineses ao invadir terras e explorar recursos.
OBRIGADO