Job Capapinha, citado pela Emissora Católica de Angola, afirmou que o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder desde 1975) “é a única esperança do povo” e que a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA, maior partido na oposição) “não tem quadros capazes de governar Angola”.
“E, por isso reafirmo, para ficar claro: se o partido UNITA, por erro do povo, um dia for Governo neste país, os desvios ou os roubos do erário serão superiores aos que o MPLA está a combater”, disse Job Capapinha, também governador da província do Cuanza-Sul.
“[Com a UNITA no poder] não haverá punições entre eles, porque vão dizer que chegou a nossa vez de recuperar o tempo perdido nas matas”, acusou o político.
Segundo o membro do comité central do MPLA, a UNITA “nunca teve, não tem e nunca terá um programa alternativo ao MPLA para governar Angola”.
“Foi assim no passado, é assim no presente e será assim no futuro”, acrescentou.
“O MPLA é a única esperança do povo angolano”, referiu, tendo acusado a Rádio Ecclesia – Emissora Católica de Angola – de “comité de propaganda avançada” do partido fundado por Jonas Savimbi.
“A UNITA e o seu comité de propaganda avançada, a Rádio Ecclesia, não tem noção do que é governar, não sabem como se elabora e se gere um OGE [Orçamento Geral do Estado]”, afirmou.
Capapinha, que falava no fim de semana no município da Quibala no ato de lançamento das assembleias de balanço e renovação de mantados dos comités de ação do seu partido, rebateu ainda críticas sobre a sua governação.
Aos seus militantes, o político disse ainda que no Cuanza-Sul os “opositores e detratores” do MPLA “têm sempre” o mesmo discurso: Só sabem que o MPLA já está há muitos anos no poder e deve sair para dar lugar à UNITA”.
“Só sabem dizer que o MPLA e o seu Governo são gatunos e que nunca terminam as obras e que quando as termina não duram, porque os governantes ficam com o dinheiro. Só sabem dizer que no Sumbe [capital da província] o povo só come poeira, porque o Capapinha roubou o dinheiro das obras da cidade”, rematou.
A governação de Job Capapinha que, nas vestes de governador do Cuanza-Sul já assumiu publicamente ser um activista político, tem sido alvo de várias críticas de políticos e da sociedade civil local, sobretudo devido à condição degradante das infra-estruturas rodoviárias da capital da província.