A China está a enfrentar uma outra crise, além daquela que está a viver no sector imobiliário. Em causa está o montante elevado de dívidas ocultas dos municípios e entidades locais, estimando-se que este supere os 70 mil milhões de yuans, ou seja, cerca de nove mil milhões de euros.
De acordo com o “El Economista”, o governo chinês aprovou um conjunto de medidas no segundo semestre de 2023 para ajudar as autoridades locais a trocar ou reestruturar os passivos não registados. O objetivo passa por tentar controlar o risco da dívida e afastar aquela que pode ser uma ameaça para a estabilidade e sustentabilidade financeira do país.
Os veículos de financiamento dos governo localais, empresas estatais criadas para contrair empréstimos em nome das autoridades locais, são responsáveis pela maioria da dívida oculta nos municípios. Este tipo de dívida costuma ser contraída para investir em projetos públicos, como estradas ou pontes.
Qiao Baoyun, da Universidade Central de Finanças e Economia, na China, afirma que na base do problema da dívida dos governos locais está o facto de “não haver um controlo de como o dinheiro é gasto”. Já outros especialistas ouvidos pelo jornal consideram que estes apoios não são suficientes e que estas medidas apenas vão dar um “alívio temporário”.