Os chefes da diplomacia do G20 reúnem-se esta quarta e quinta-feira no Rio de Janeiro, num contexto mundial marcado principalmente pelas guerras em Gaza e na Ucrânia, além de outros conflitos menos mediáticos tais como o da RDC.
O Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva junto do Secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, antes de uma reunião no Palácio do Planalto em Brasília, a 21 de Fevereiro de 2024.
Os ministros dos negócios estrangeiros do G20 reúnem-se esta quarta-feira no Rio de Janeiro, para discussões sobre as actuais tensões mundiais e, sobre os mecanismos de melhoria das organizações multilaterais, tendo em vista a sua cimeira anual que desde Dezembro de 2023 é presidida pelo Brasil.
O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva fez da reforma da governança mundial uma prioridade absoluta para as 20 maiores economias do mundo em 2024, ao mesmo título que a luta contra as mudanças climáticas e a redução da pobreza, além de ter proposto o alargamento do Conselho de Segurança da ONU, proposta mal acolhida pelos países detentores de poder de veto (numa herança da época da criação da organização, logo após a Segunda Guerra Mundial).
Segundo declarações de um diplomata europeu à Reuters, “Essa reunião será essencialmente uma sessão de desabafo visando defender a reforma multilateral e diagnosticar o problema”.
Por outro lado, o Presidente Lula, criticou as Nações Unidas pela sua incapacidade em resolver o conflito israelo-palestiniano e, as suas declarações a compararem a sorte dos palestinianos ao genocídio dos Judeus por parte do regime nazi, desencadearam uma crise diplomática que se saldou na convocação segunda-feira do embaixador do Brasil em Israel.
Ainda na senda dessa reunião do G20, o Secretário de Estado americano Antony Blinken e o ministro russo dos Negócios Estrangeiros Sergueï Lavrov deverão estar face a face pela primeira vez, desde o seu último breve encontro ocorrido no ano passado, em Nova Delhi.
Sobre essa reunião do G20, a decorrer no Brasil, o Analista Político angolano baseado na África do Sul, José Gama, em entrevista à RFI, considerou que a experiência brasileira, nomeadamente a “Bolsa Família” seria algo digno de ser replicado no continente africano, tendo em conta o profundo impacto social daí resultante – a retirada de cerca de 18 milhões de famílias da pobreza:
“É uma reunião que chama sempre a atenção porque é o grosso de cerca de 85% de países que compõem o PIB global e que controlam também 75% do comércio internacional e, no caso de África, há um tema que o Brasil propõe, que é falar sobre o combate à fome. E o Brasil propõe aqui a chamada “Bolsa Família”, que é uma experiência que eles tiveram que eles alegam que terá tirado da linha da pobreza cerca de 18 milhões de famílias. E esta proposta, para nós africanos, chama a atenção porque é um problema que estamos a viver, tendo em conta que estamos a ser representados nessa reunião pela União Africana ou por um representante seu, então, nós entendemos que pode sair daí alguma receita que pode servir para ser estudada por nós africanos, de formas a vermos valências para serem implementadas no nosso combate à fom