Israel afirmou, hoje, 19, que “não reconhece a legitimidade” de um debate no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) sobre o pedido do representante da Palestina na ONU de ser declarado ilegal a ocupação israelita, desde 1967 nos territórios palestinianos.
“Israel não reconhece a legitimidade do debate no Tribunal Internacional de Justiça em Haia sobre a ‘legalidade da ocupação’, uma medida destinada a prejudicar o direito de Israel de se defender contra ameaças existenciais”, declarou um comunicado do gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.
“A discussão em Haia faz parte da tentativa palestiniana de ditar os resultados do acordo político [para estabelecer um Estado palestiniano] sem negociações. Continuaremos a combater esta tentativa”, acrescentou.
O representante permanente palestino na ONU, Riyad Mansour, instou hoje o TIJ a “confirmar que a presença israelita nos territórios palestinos ocupados é ilegal”.
“Repito, é ilegal. A presença das suas forças de ocupação e dos seus colonos é ilegal. E a sua ocupação deve chegar a um fim imediato, total e incondicional”, acrescentou.
Mansour interveio na audiência de hoje perante o tribunal, que estuda esta semana as consequências jurídicas das políticas e práticas de Israel nos territórios palestinianos, para emitir um parecer consultivo solicitado pela Assembleia-Geral das Nações Unidas em 2022.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel também emitiu um comunicado considerando as declarações de Mansour como “falsas acusações” que buscam “criar uma realidade fundamentalmente distorcida”, e alegou que o seu pedido de retirada das tropas e colonos israelitas da Cisjordânia, “sem condições e sem negociações, equivale a mais um massacre de cidadãos israelitas”.
“A tentativa da liderança palestiniana de transformar o sistema internacional numa ferramenta política para atacar Israel prejudica tanto a confiança global no sistema jurídico internacional como as possibilidades de se chegar a uma resolução para o conflito”, sustentou.