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Cerca de 170 milhões de barris de petróleo que Angola perdeu devido a problemas técnicos não-programados

A Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG) anunciou na segunda- -feira, 5, durante uma conferência de imprensa para assinalar os cinco anos de actividade daquele organismo criado em 2019, que actualmente o País está a produzir diariamente 1,1 milhões de barris de petróleo, mas poderia atingir os 1,2 milhões de barris caso não se registassem perdas diárias de 90 mil barris.

Nos últimos cinco anos, Angola registou perdas de produção não planeadas de cerca de 170 milhões de barris de petróleo devido ao envelhecimento da maior parte das concessões, desenhadas para operar entre 15 e 20 anos, mas algumas já contam com mais de 60 anos de existência. “As nossas grandes instalações como o Girassol, o Dália, têm já mais de 20 anos de vida e isto faz com que os sistemas tenham mais falhas, que são mais recorrentes.

A manutenção preventiva regular já não é suficiente para atenuar estas falhas, o que requer um esforço maior e novos investimentos”, explicou a directora de produção da ANPG, Ana Rosa Miala, citada pela agência Lusa A responsável frisou que a meta do País continua a estar acima dos 1,2 milhões de barris por dia, sobretudo devido ao trabalho de exploração, licitações e novas descobertas na bacia do Namibe, na bacia do Kwanza e de Benguela, além da bacia do Congo. No entanto, segundo os especialistas consultados pelo Expansão, estes novos projectos não chegam para aumentar a produção, apenas para impedir o seu declínio.

De acordo com a ANPG, para 2024 estão previstas perfurações de 43 poços, seis a mais do que em 2023. Para os próximos cinco anos estão em linha investimentos na ordem dos 71 mil milhões USD.

Na mesma ocasião, Paulino Jerónimo, presidente do Conselho de Administração da ANPG, realçou que, nos últimos cinco anos, dois dos quais marcados pela pandemia da covid-19, que constituiu para a agência “um grande desafio”, foi atenuado o declínio acentuado da produção, retomadas as licitações para novas concessões, criadas condições para a manutenção dos investidores e para a entrada de novos operadores. “O balanço é positivo.

Quando falei do encontro entre o Presidente da República e as operadoras petrolíferas, vivia-se um período de desespero, em que o nosso ambiente de negócios se tinha deteriorado muito. Eu estive em reuniões em que os investidores disseram que iam suspender os investimentos em Angola, de facto a situação estava mal”, assinalou Paulino Jerónimo.