Numa altura em que a população em Gaza enfrenta um risco cada vez mais forte de fome e insegurança alimentar, como alerta o Programa Alimentar Mundial, o exército israelita está a intensificar os bombardeamentos no enclave palestiniano. Ontem 22 de Dezembro, o Conselho de Segurança da ONU votou uma resolução para ‘exigir’ a entrada de mais ajuda humanitária em Gaza, sem todavia mencionar um eventual cessar-fogo.
Segundo o Ministério da Saúde do Hamas, 70% das vítimas dos ataques israelitas são mulheres e jovens com menos de 18 anos.
Em Gaza, 93% dos habitantes estão em “situação de insegurança alimentar aguda“, segundo o Programa Alimentar Mundial.
Esta sexta-feira 22 de Dezembro, o Conselho de Segurança da ONU votou uma resolução para exigir a entrada “em grande escala” da ajuda humanitária para o enclave palestiniano.
A resolução ficou aquém das expectativas, para aqueles que esperavam ver mencionado o apelo a um cessar-fogo, mas este poderia ter sido vetado pelos Estados-Unidos, aliado de Israel, que já opôs o seu veto a duas resoluções da ONU apelando a uma trégua humanitária na Faixa de Gaza.
Para o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, o problema é “a forma como Israel conduz as suas operações militares”, que “cria obstáculos à distribuição da ajuda humanitária em Gaza”. O cessar-fogo é a única solução para responder às necessidades desesperadas das pessoas em Gaza e acabar com o seu pesadelo constante.
O movimento palestiniano Hamas considerou a resolução da ONU insuficiente face à situação catastrófica.
Israel anunciou que irá continuar a controlar toda a ajuda humanitária que entra no enclave, por “razões de segurança”.
Até à data, morreram 27 057 palestinianos em ataques israelitas, desde o ataque do Hamas de 7 de Outubro que matou cerca de 1.140 pessoas em Israel.