Fonte: Valor Económico

“Quando cheguei à Assembleia, tínhamos dois ou três anos de contas atrasadas, e depois dão-nos um calhamaço de documentos para analisar em uma semana, não temos como analisar tanto documento em tão pouco tempo.

É feito de propósito para chegarmos às maratonas e você de cansaço vai votando porque também não tem os dados”, criticou em entrevista à Radio Essencial, esta terça-feira, 02, indicando que gostaria que fossem realizadas comissões parlamentares de inquérito à Sonangol e ao Novo Aeroporto de Luanda.

“Quando existem dúvidas, faz-se uma comissão parlamentar de inquérito, temos acesso aos documentos e depois alguém há-de dizer como é que estão as coisas. Não há parlamento, nós não conseguimos fazer nem uma comissão parlamentar de inquérito à Sonangol, nem uma comissão parlamentar, por exemplo, ao aeroporto.”

Sobre a decisão de solicitar a sua desvinculação do Grupo Parlamentar da Unita, para permanecer na condição de independente, Viana defende-se que não existe, em Angola, qualquer partido político que o oriente. “Não existe, em Angola, nenhum partido político que me vai orientar, eu sou cidadão livre.”

Questionado se teria usado a Unita para conseguir assento parla- mentar, Francisco Viana disse tratar-se de inverdade, afirmando ser “bom na campanha”. “Eu ganhei com os meus próprios votos. Não minimizem as pessoas, esqueçam. Eu estive na campanha, arrastei as pessoas que acreditaram na FPU, pela minha voz, para a minha campanha”, declarou.

Segundo Viana, a sua entrada na Assembleia através da Unita deveu-se ao facto de “o regime do MPLA” não lhe ter “facilitado a vida”, ao não permitir nenhum tipo de facilidades para alianças.

Reafirmando-se integrante da Frente Patriótica Unida, Viana defende, no entanto, que esta, quando convida um cidadão independente, não pode obrigá-lo a alinhar às suas ideias.