“Foi a primeira visita desde o início do mês de outubro de 2023, apesar dos nossos esforços para ter acesso regular ao norte da Faixa de Gaza”, escreveu o diretor-geral da agência especializada da ONU, Tedros Adhanom Ghebreyesus, na rede social X (antigo Twitter).
As conclusões desta visita são “sinistras”, sublinhou o responsável, descrevendo “uma situação particularmente chocante no hospital de Al-Awda, um dos edifícios do qual foi destruído”.
O hospital Camal Adwane, o único estabelecimento pediátrico do norte do enclave palestiniano, “está a transbordar de doentes”, prosseguiu, acrescentando que “a falta de comida causou a morte de dez crianças”.
No total, o Ministério da Saúde do Hamas – movimento islamita palestiniano que desde 2007 controla a Faixa de Gaza – informou que pelo menos 16 crianças morreram de subnutrição no norte daquele território.
Segundo a ONU, 2,2 milhões de pessoas – a grande maioria da população de Gaza – estão ameaçadas de fome no território sitiado por Israel, especialmente no norte, onde a destruição, os combates e as pilhagens estão a tornar quase impossível a distribuição de ajuda humanitária.
Uma fome “é quase inevitável se nada mudar”, avisou mais uma vez a 01 de março Jens Laerke, porta-voz do Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA).
Tedros Adhanom Ghebreyesus alertou igualmente para “a falta de eletricidade”, que “representa uma grave ameaça” para os doentes do hospital Camal Adwane, em particular “na neonatologia”.
Durante esta missão, a OMS entregou 9.500 litros de combustível a cada um dos hospitais, bem como equipamento médico de emergência, indicou o diretor-geral da organização.
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada a 07 de outubro por um ataque sem precedentes do Hamas no sul de Israel, que causou a morte de 1.163 pessoas, na maioria civis, segundo as autoridades israelitas.
As operações militares iniciadas no mesmo dia em retaliação por Israel, que jurou eliminar o Hamas, fizeram até agora na Faixa de Gaza pelo menos 30.534 mortos, na maioria civis, segundo o mais recente balanço das autoridades locais.